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'Prematura extrema' nasce com 890g, fica três meses na UTI e recebe alta

Melinda nasceu após 26 semanas de gestação, ficou quase três meses internada em hospital de Altamira e sobreviveu, saindo da instituição de saúde com 2,010 quilos - Pró-Saúde/Divulgação
Melinda nasceu após 26 semanas de gestação, ficou quase três meses internada em hospital de Altamira e sobreviveu, saindo da instituição de saúde com 2,010 quilos Imagem: Pró-Saúde/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

09/09/2022 20h11Atualizada em 09/09/2022 20h17

Uma recém-nascida considerada prematura extrema, que chegou ao mundo com 890 gramas após 26 semanas de gestação, recebeu alta depois de passar três meses internada em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal de um hospital de Altamira (PA).

Melinda Sena, filha da enfermeira Ivana de Lourdes Né, nasceu no dia 8 de junho, após a mãe ser diagnosticada com bolsa rota, condição caracterizada pelo rompimento da membrana amniótica antes do nascimento do bebê.

A enfermeira passou 10 dias internada na esperança de que a filha pudesse ganhar mais peso dentro da barriga, mas terminou dando à luz antes da hora planejada no Hospital Regional da Transamazônica, unidade do Governo do Pará gerenciada pela Pró-Saúde.

Em entrevista ao UOL, a mãe de Melinda, Ivana de Lourdes afirmou que as primeiras semanas após o parto foram as mais estressantes para ela.

"Foi difícil a gente conseguir acompanhar tudo, ir assimilando a importância de cada momento e ainda assim permanecer firme para no dia seguinte continuar seguindo", afirma.

Para ela, o apoio da equipe médica desde o nascimento até o momento da alta, foi essencial para o desenvolvimento de mãe e filha durante o período de internação.

"Eles agiram muito rápido. Me levaram para o centro cirúrgico. Foi um parto natural e as equipes estavam bem organizadas para que tivéssemos sucesso", conta.

Melinda passou 58 dias internada em hospital e recebeu alta após ganhar pouco mais de 1 quilo - Pró-Saúde/Divulgação - Pró-Saúde/Divulgação
Melinda passou 58 dias internada em hospital e recebeu alta após ganhar pouco mais de 1 quilo
Imagem: Pró-Saúde/Divulgação

O acompanhamento pelo qual Ivana passou durante o período de internação incluiu, inclusive, o atendimento de uma fonoaudióloga, que auxiliou a enfermeira no processo de "ordenha", para que ela pudesse amamentar a filha e otimizar o ganho de peso da recém-nascida.

"Demorou entre 25 a 30 dias para a gente chegar no primeiro quilo e, depois disso, confesso que estava mais tranquila, muito mais satisfeita, porque a interação já era mais visível. Pode ser um pouco de imaginação de mãe, mas a sensação que eu tinha é de que quando eu chegava e cantava, ela me escutava".

A enfermeira também lembrou da sinceridade da equipe médica sobre o desafio no desenvolvimento da recém-nascida como fator importante para o período de internação.

"O momento mais magnífico foi quando eu pude, enfim, carregar a minha filha no colo. Ela ainda fazia uso de ventilação mecânica, ainda era um pouco perigoso, ela tinha uma oscilação na saturação bem importante, mas conseguimos", recorda, emocionada.

Agora, cinco dias após sair do hospital com 2,010 quilos, Melinda é constantemente monitorada pelos pais para qualquer sinal de problemas. "Esse tempo todo nos deu muita noção sobre quais sinais precisaríamos acompanhar caso ela estivesse ruim. Graças a Deus ela tem se comportado muito bem", afirma.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), bebês que nascem com menos de 28 semanas de gestação são considerados prematuros extremos. Apesar da gestação ser encerrada em até 10 semanas antes do previsto, a taxa de sobrevivência para os prematuros extremos é de 75% a 85%.