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Mulher é suspeita de participação na morte do marido; amante também morreu

Airton foi morto por policial militar; Elisângela teria envolvimento no crime - Reprodução/ Facebook
Airton foi morto por policial militar; Elisângela teria envolvimento no crime Imagem: Reprodução/ Facebook

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

27/09/2022 16h21Atualizada em 28/09/2022 15h24

A Polícia Civil de Iepê, no interior de São Paulo, investiga o envolvimento de Elisângela Silva Paião, 47, no assassinato do próprio marido, o agropecuarista Airton Braz Paião, 54. Um mandado de prisão temporária contra Elisângela foi expedido e a mulher é considerada foragida.

O agropecuarista foi alvo de uma tentativa de homicídio, na área rural da cidade, na última quarta-feira (21). Ele foi atraído até o local em uma emboscada e levou quatro tiros na cabeça e uma facada nas costas. Apesar dos disparos, Paião se fingiu de morto e, após os atiradores deixarem o local, conseguiu pedir ajuda. O homem foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Presidente Prudente, cidade vizinha.

No sábado, enquanto estava internado, o agropecuarista foi morto a tiros pelo soldado da Polícia Militar, Marco Francisco do Nascimento, 30, que se matou com um tiro na cabeça, em seguida, ainda dentro do hospital. O PM falou com uma irmã de Paião e pediu para que ela se retirasse do local, com o pretexto de estar acompanhando as investigações da tentativa de homicídio contra o agropecuarista.

Segundo a polícia, a mulher do agropecuarista teria envolvimento no crime. O fato de ela não estar presente no velório do marido chamou a atenção dos policiais. Além disso, ela contou que mantinha um relacionamento extraconjugal com o policial militar que cometeu suicídio.

"Em depoimento, a mulher disse que estava cogitando se separar do Airton porque não era bem tratada por ele. Informalmente, ela disse que tinha uma relação com o policial e que tinha afeto por ele", relata o delegado responsável pelo caso, Henrique Gasques, sobre o amante.

Na manhã de ontem, a polícia realizou uma operação na cidade e prendeu temporariamente um homem suspeito de participar da emboscada que resultou na tentativa de assassinato contra o agropecuarista.

"Ele negou as acusações, mas acreditamos que ele possivelmente participou da emboscada com o policial", acrescenta o delegado.

O homem não teve o nome divulgado pela polícia, por isso a reportagem do UOL não conseguiu contato com a defesa dele.

Emboscada

O delegado explica que no dia 21 uma emboscada foi armada para atrair o agropecuarista. No celular da vítima, a polícia encontrou uma troca de mensagens entre Paião e uma mulher supostamente chamada Sara Maria. No entanto, a polícia já verificou que se trata de uma conta falsa.

"Essa mulher com quem ele vinha conversando no WhatsApp mandou mensagem dizendo que o carro dela havia quebrado próximo ao canavial e pediu ajuda para a vítima", diz o delegado.

Nesse dia, Paião foi encontrado no km 116 da Rodovia Jorge Bassil Dower (SP-421). Ele levou quatro tiros na região da cabeça e esfaqueado nas costas. Após ser atingido, o fazendeiro caiu no chão e fingiu estar morto. Quando os agressores saíram do local, Paião pediu ajuda.

Paião foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Presidente Prudente. O agropecuarista iria passar por uma cirurgia nesta semana para a retirada dos quatro projéteis que estavam alojados em sua cabeça.

Na ocasião, a caminhonete dele e um celular foram levados. O veículo foi encontrado abandonado no dia seguinte.

Investigação

Através de imagens de uma câmera de monitoramento, a Polícia Civil conseguiu identificar um veículo que teria sido usado na tentativa de homicídio contra o agropecuarista.

O carro pertenceria ao policial militar Marco Francisco do Nascimento. O soldado foi chamado pela Polícia Civil, na noite de sexta-feira, e prestou depoimento. Ele negou envolvimento com o crime e disse que não estava com seu veículo naquela data.

Após ser ouvido, ele foi liberado durante a madrugada de sábado (24).

Ao UOL, o advogado Jair Vicente da Silva Junior, que assumiu a defesa de Elisângela Silva Paião, alegou que ainda não teve acesso completo aos autos do processo e que, por isso, não vai se manifestar sobre o caso. A reportagem também entrou em contato com a filha de Elisângela, mas até o momento não houve retorno.