RJ: Garota é alvo de ataques racistas, homofóbicos e gordofóbicos em escola
Uma adolescente de 12 anos foi vítima de ataques homofóbicos, gordofóbicos e racistas de colegas de escola, no Rio de Janeiro. A mãe da estudante foi a responsável por levar o caso à polícia no início dessa semana, apresentando prints de conversas dos alunos da escola Eleva, na Barra da Tijuca.
Nas mensagens, postadas em uma rede social no início de agosto, a jovem é chamada de "preta, gorda, lésbica, burra, pobre e bolsista", com outros estudantes reforçando a conotação negativa dos adjetivos. As conversas privadas foram compartilhadas em uma rede social e deletadas pelos autores algum tempo depois, após a repercussão negativa dentro da própria comunidade escolar, mas ainda a tempo de a vítima coletar prints, segundo a mãe contou anonimamente à TV Globo.
A adolescente atacada mora com a mãe e a madrasta, que era professora da escola, mas teria sido suspensa pouco após a publicação das ofensas, e demitida em setembro. Agora, a estudante passa por acompanhamento psicológico de duas a três vezes na semana, custeado pela família.
A mãe da adolescente afirma que a situação com a filha a fez reviver traumas de quando era bolsista em uma escola particular e teoriza que a demissão da mulher pode ter sido uma forma de a escola conseguir retirar a vítima da instituição de forma indireta, já que a menina depende da bolsa distribuída por ser parente de uma funcionária.
"Uma das adolescentes fez um vídeo no TikTok, compartilhou, e aí as outras compartilharam também. Isso ficou no ar até o momento que elas perceberam que toda a série estava falando: 'Vocês estão cometendo um crime', e aí elas tiraram. Fiquei paralisada, a gente fica paralisada nesse tipo de situação, com isso eu revivi as dores do meu passado, eu sofria bastante bullying, eu era a única estudante negra na escola em que eu estudei", afirmou a mãe, ao "RJTV", da TV Globo.
"Eu não vou me calar. Eu sofri bastante e ver a minha sofrer me dói muito", concluiu a mulher, que manteve o anonimato na entrevista.
O caso foi registrado pela Polícia Civil como injúria por preconceito. A mãe explicou à emissora carioca que demorou para denunciar a situação porque a filha demorou a contar, e que a escola ficou sabendo antes dos ataques, mas não entrou em contato com ela para falar sobre o assunto.
O UOL tenta contato por e-mail com a Escola Eleva para obter posicionamento sobre as acusações. Se houver retorno, a nota será atualizada.
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