'Chamei reforço de 4 detetives em motos para flagrar traição de espertinha'
Suspeitas de traição chegam com frequência a escritórios de investigadores particulares. Algumas são mais difíceis de desvendar e exigem até reforço. Para essas, nem o olho clínico da Shakira — que teria notado uma redução no pote de geleia — resolve. Ao UOL, o detetive Sérgio Barros, de 40 anos, 18 de carreira e mais de 7 mil casos investigados, conta um dos mais difíceis que atendeu, em Brasília. A história foi apelidada por ele de "a espertinha".
"Quando o marido entrou no meu escritório para solicitar uma investigação de infidelidade, foi logo avisando: 'minha esposa é muito esperta, não vão conseguir pegar ela'. Mas eu não achei que fosse tanto.
De cara ele disse que sabia os dias em que ocorria a traição pelo comportamento dela e pelas roupas que usava. Até que ligou avisando: 'é hoje, ela já se arrumou toda, se perfumou e vestiu lingerie sexy'.
No primeiro dia, a seguimos em um shopping em Brasília. Ela ficou mais de duas horas rodando as lojas, experimentando roupa, mas não comprava nada. No começo, pensei que isso fazia parte da rotina dela, até que, de repente, ela desceu até o subsolo e entrou em um carro.
Como não esperávamos e já que temos de manter uma certa distância da investigada para não levantar suspeita, perdemos o flagrante dela entrando no carro. Ainda assim, registramos a placa do veículo.
Esperamos ela voltar, pois havíamos estacionado o carro ao lado do dela, mas a mulher provavelmente deve ter descido em uma das entradas do shopping e ido andando até o estacionamento [não deu para saber de onde ela vinha].
Na segunda tentativa, já tinha pegado a manha dela. Decidi que dessa vez ela não escaparia. Liguei para três investigadores que trabalham comigo e fiquei na cola dela. Eles cercaram três saídas do shopping. Nisso, ela foi para a quarta saída e pegou um Uber.
Eu e os investigadores já estávamos chateados. Virou uma questão de honra pegar essa "espertinha". Chamei mais um reforço para ajudar na terceira vez. Coloquei quatro investigadores de moto, um em cada entrada do shopping, e ficamos em dois na cola dela.
Não teve erro. Ela foi por um lugar de onde nunca tinha saído e, quando chegou lá, tinha um investigador na moto esperando. Ele avisou todo mundo e foram quatro motos e um carro seguindo ela. Filmamos tudo: ela entrando no carro, todo o trajeto até o motel.
Conseguimos até entrar na baia onde o carro em que ela entrou estacionou no motel. Também conseguimos mostrar ela saindo do motel, filmando por meio do para-brisa, quando ela abriu a porta do carro. Não faltaram provas.
Quando contei das dificuldades de fazer o flagrante, o marido ainda disse: 'eu avisei que seria difícil'. No final ele agradeceu por tudo e chorou feito uma criança quando viu as imagens. Depois, contou que se separou dela."
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