Creche no Rio anunciou vaga para professora em que requisito era ser cristã
Uma creche particular do Rio contrariou uma lei municipal e anunciou vaga para professora em que o primeiro requisito exigido era ser cristã. Após representação ao Ministério Público, a Creche Escola Dunamis, em Campo Grande, atribuiu a exigência a um erro de digitação.
O processo seletivo anunciado em uma rede social oferecia vagas para professora de ballet e de educação física. Os três "requisitos" exigidos, pela ordem, eram:
- Ser cristã.
- Ter experiência.
- Morar na região.
A publicação foi feita no dia 15 de janeiro pelo perfil de Tati Mussallem, dona e diretora pedagógica da creche, que fica na região mais populosa da zona oeste do Rio. Embora o perfil no Facebook esteja em nome dela, as fotos do perfil, da capa e a maioria das publicações são sobre a creche.
A exigência fere a lei municipal 5565/2013, que "proíbe inquirir por quaisquer meios sobre a religião do candidato a vaga em questionários, formulários ou entrevistas de emprego, admissão ou adesão a empresas públicas ou privadas, sociedades, clubes e afins".
O relator da CPI da intolerância religiosa na Assembleia Legislativa, deputado Átila Nunes (MDB), enviou uma representação ao Ministério Público Estadual e à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que ainda avaliam o pedido.
O descumprimento da lei pode resultar em multa de até R$ 2.500.
"Não tenho dúvida de que há em curso uma demonstração de preconceito religioso. Uma professora não cristã é menos competente por quê?", questiona o parlamentar.
Após a representação, Tati apagou o post, pediu "desculpas aos ofendidos" e prometeu tomar "as devidas providências" depois de culpar "um erro material de digitação onde estava como requisito ser 'cristã'".
"Esclarecemos que temos funcionários de diversas religiões e jamais compactuaríamos com qualquer tipo de discriminação", diz a publicação.
A creche, porém, tem como slogan "Metodologia de Ensino Cristã". Na Bíblia, Dunamis significa o poder que se manifestava em dons, milagres e crescimento da igreja.
Procurada pelo celular e WhatsApp, a dona da creche não respondeu às perguntas. Na creche, um atendente afirmou por telefone que a escola "não fala sobre o assunto no momento" porque estão "aguardando posicionamento dos nossos advogados". O espaço fica aberto para atualizações.
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