Suspeito de estuprar e matar aluna da UFPI é preso por tempo indeterminado
A Justiça decidiu manter preso por tempo indeterminado o suspeito de estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaina da Silva Bezerra, 21, da UFPI (Universidade Federal do Piauí). O caso ocorreu durante uma calourada na faculdade, em Teresina, entre sexta-feira (27) e sábado (28).
O suspeito, Thiago Mayson Barbosa, 29, é estudante do mestrado em matemática da UFPI. Preso no sábado em flagrante, ele foi ouvido em audiência de custódia neste domingo.
Um laudo do IML (Instituto de Medicina Legal) do Piauí apontou indícios de violência sexual contra Janaina. O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirmou que houve estupro.
A causa da morte foi "trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente". A lesão pode ter sido causada por pancada, que teria torcido ou traumatizado a coluna vertebral, conforme a médica legista.
Uma das possibilidades investigadas é a ação das mãos no pescoço da vítima "com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta".
Juíza disse que há fortes indícios de autoria do crime
A Justiça acatou pedido do Ministério Público para converter a prisão em flagrante em preventiva, quando o suspeito fica detido por tempo indeterminado.
A vítima passou as últimas horas de vida com o custodiado, chegou ao Hospital do Bairro Primavera sem vida e com suspeita de violência, apresentando lesões no rosto e nos olhos e sangue nas partes íntimas, sendo levada pelo próprio custodiado [à unidade de saúde]. (...) Há provas suficientes da materialidade e, ainda, fortes indícios da autoria do fato.
Haydée Lima de Castelo Branco, juíza, em decisão durante audiência de custódia
"Em que pese o autuado não possuir antecedentes criminais, não se pode olvidar que os delitos são de especial gravidade concreta, inclusive, perpetrados com violência física contra a vítima na condição de sexo feminino", concluiu.
Suspeito alega sexo 'consensual'
A defesa do suspeito pediu sua liberdade provisória, alegando colaboração com a polícia. O UOL não conseguiu falar com o representante legal do mestrando, que não foi identificada nos autos.
Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito afirmou que conhecia a vítima e que eles teriam "ficado" em outras ocasiões. Na calourada da UFPI, ainda de acordo com o depoimento do suspeito, ele teria convidado a jovem para ir a um corredor e, em seguida, teriam ido a uma das salas de aula onde "praticaram sexo consensual e que, após a prática sexual, a vítima teria ficado desacordada".
Ele alega que permaneceu ao lado da vítima durante a madrugada e solicitou socorro à segurança da universidade pela manhã. A vítima foi conduzida ao Hospital da Primavera, onde foi constatada sua morte.
Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o inquérito policial será concluído em até dez dias.
Festa não tinha autorização, diz universidade
A UFPI lamentou o fato e informou que o evento não tinha autorização para ocorrer. A universidade disse que o reitor determinou a instauração de um processo administrativo para a apuração dos fatos.
A universidade afirmou ainda que "desaprova quaisquer eventos que coloquem em risco a comunidade acadêmica e preza pela segurança e bem-estar de estudantes". Nota oficial afirma ainda que "todas as providências para colaborar com as investigações das autoridades policiais, como o isolamento da referida área do campus e boletim de ocorrência foram adotadas pela UFPI".
A universidade explicou que está levantando todas as imagens de câmeras de segurança para a investigação e comunicou que repudia a "violência cometida contra a aluna". Segundo a UFPI, o ato violento "também agride cada uma das mulheres que integram a comunidade ufpiana".
As atividades acadêmicas e administrativas no campus de Teresina foram suspensas nesta segunda-feira (30).
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