Curso de costura na cadeia preparou Suzane von Richthofen para novo negócio
Durante a prisão, Suzane von Richthofen trabalhava em uma confecção de costura da penitenciária e produzia artesanato. A atividade diária a ajudou a reduzir a pena e a criar um novo negócio: um ateliê de costura no interior de São Paulo.
Com jornada de seis a oito horas durante a detenção, Suzane conseguiu abater 1,8 mil dias, o equivalente a cerca de cinco anos.
Agora, quase um mês após sair de Tremembé e mudar para o interior de São Paulo, Suzane abriu o ateliê e criou um perfil para a marca nas redes sociais. Chamada de "Su entre linhas", a página fez a primeira publicação há 5 dias e até esta quinta-feira (9) já conta com 13 mil seguidores.
Anunciando "produtos feitos à mão", entre os itens para venda estão chinelos bordados por até R$ 180. Segundo informações do perfil, ele é monitorado e administrado por uma pessoa chamada Josiely.
Presa desde 2002 pelo assassinato dos pais, ela tentava a progressão de pena desde 2017. Suzane foi condenada a 39 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato de Marísia e Manfred Von Richthofen, em outubro de 2002.
Outros detalhes da vida de Suzane na cadeia
Casamento com presidiária
- Em 2014, Richthofen casou com uma detenta que conheceu no período em que esteve em Tremembé.
- O nome dela é Sandra Regina, mais conhecida como Sandrão, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro e assassinato de um menino de 14 anos que era seu vizinho à época.
- Sandra ficou conhecida por também ter se relacionado com Elize Matsunaga, condenada pelo assassinato e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012.
- Richthofen teve de assinar um documento de reconhecimento afetivo (união estável). Com esse registro, ela conseguiu habitar uma cela que dividia com mais oito casais.
- O relacionamento das duas terminou em 2016, após Sandra receber progressão de pena e ser transferida para o Centro de Ressocialização Feminino de São José dos Campos.
Pastora evangélica
- Richthofen já quis ser pastora evangélica antes de se unir a Sandrão, segundo o jornalista Ulisses Campbell, autor do livro "Suzane: Assassina e Manipuladora".
- Ele afirma que Richthofen subiu ao púlpito, falou de perdão e foi aplaudida com gritos que diziam "aleluia", por cerca de 300 pessoas. Queria ainda ser mãe de filhos com os nomes Isabella e Benjamin.
Conversa com Gugu
- Richthofen deu uma entrevista ao apresentador Gugu Liberato, em fevereiro de 2015 - a primeira vez que ela confessou publicamente a participação no assassinato dos pais.
- Uma das polêmicas sobre a entrevista tem relação com a suspeita de que Richthofen tenha sido remunerada para falar. A informação é do jornalista Ulisses Campbell. Ela nega.
Saída para faculdade
- Em alguns momentos, durante a prisão, Richthofen tentou estudar.
- Em 2017, foi pré-selecionada para conseguir um empréstimo, por meio do Fies, e cursar administração de empresas em uma faculdade particular em Taubaté, mas ela não deu prosseguimento ao curso por medo do assédio fora da prisão.
- Em 2021, começou a estudar presencialmente biomedicina em uma universidade particular também em Taubaté com a nota que conseguiu no Enem.
- Ela deixava a prisão para se deslocar ao local de segunda a sexta-feira, no período noturno, das 18h às 23h. Após as aulas, ela retornava a um alojamento coletivo presidiário, onde havia 82 detentas.
Trabalho acadêmico sobre maternidade
- Em outubro do ano passado, Richthofen apresentou um trabalho de pesquisa acadêmica sobre maternidade, em um congresso organizado pela faculdade.
- O nome era "Os desafios da gestação tardia, e a importância das tecnologias reprodutivas". Ele passou por uma banca de avaliação e foi considerado apto a ser apresentado.
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