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Curso de costura na cadeia preparou Suzane von Richthofen para novo negócio

Perfil de ateliê atribuído a Suzane von Richthofen - Reprodução/Redes Sociais
Perfil de ateliê atribuído a Suzane von Richthofen Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

09/02/2023 16h50

Durante a prisão, Suzane von Richthofen trabalhava em uma confecção de costura da penitenciária e produzia artesanato. A atividade diária a ajudou a reduzir a pena e a criar um novo negócio: um ateliê de costura no interior de São Paulo.

Com jornada de seis a oito horas durante a detenção, Suzane conseguiu abater 1,8 mil dias, o equivalente a cerca de cinco anos.

Agora, quase um mês após sair de Tremembé e mudar para o interior de São Paulo, Suzane abriu o ateliê e criou um perfil para a marca nas redes sociais. Chamada de "Su entre linhas", a página fez a primeira publicação há 5 dias e até esta quinta-feira (9) já conta com 13 mil seguidores.

Anunciando "produtos feitos à mão", entre os itens para venda estão chinelos bordados por até R$ 180. Segundo informações do perfil, ele é monitorado e administrado por uma pessoa chamada Josiely.

Presa desde 2002 pelo assassinato dos pais, ela tentava a progressão de pena desde 2017. Suzane foi condenada a 39 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato de Marísia e Manfred Von Richthofen, em outubro de 2002.

Outros detalhes da vida de Suzane na cadeia

Casamento com presidiária

  • Em 2014, Richthofen casou com uma detenta que conheceu no período em que esteve em Tremembé.
  • O nome dela é Sandra Regina, mais conhecida como Sandrão, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro e assassinato de um menino de 14 anos que era seu vizinho à época.
  • Sandra ficou conhecida por também ter se relacionado com Elize Matsunaga, condenada pelo assassinato e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012.
  • Richthofen teve de assinar um documento de reconhecimento afetivo (união estável). Com esse registro, ela conseguiu habitar uma cela que dividia com mais oito casais.
  • O relacionamento das duas terminou em 2016, após Sandra receber progressão de pena e ser transferida para o Centro de Ressocialização Feminino de São José dos Campos.
25.fev.2015 - Gugu Liberato entrevista, pela primeira vez, Sandra Gomes, também conhecida como "Sandrão", na estreia de seu novo programa, "Gugu", na volta à tela da Record. O apresentador foi até Tremembé, interior de São Paulo, e conversou também com Suzane von Richthofen dentro da penitenciária - Reprodução/Record - Reprodução/Record
Richthofen e Sandra Gomes, também conhecida como 'Sandrão', em entrevista ao Gugu
Imagem: Reprodução/Record

Pastora evangélica

  • Richthofen já quis ser pastora evangélica antes de se unir a Sandrão, segundo o jornalista Ulisses Campbell, autor do livro "Suzane: Assassina e Manipuladora".
  • Ele afirma que Richthofen subiu ao púlpito, falou de perdão e foi aplaudida com gritos que diziam "aleluia", por cerca de 300 pessoas. Queria ainda ser mãe de filhos com os nomes Isabella e Benjamin.

Conversa com Gugu

  • Richthofen deu uma entrevista ao apresentador Gugu Liberato, em fevereiro de 2015 - a primeira vez que ela confessou publicamente a participação no assassinato dos pais.
  • Uma das polêmicas sobre a entrevista tem relação com a suspeita de que Richthofen tenha sido remunerada para falar. A informação é do jornalista Ulisses Campbell. Ela nega.

Saída para faculdade

Presas que estão em regime semi-aberto deixaram Tremembé na manhã de hoje; na foto, Suzane von Richthofen - Reprodução;TV Vanguarda - Reprodução;TV Vanguarda
Richthofen em 'saidinha' de final de ano da prisão
Imagem: Reprodução;TV Vanguarda
  • Em alguns momentos, durante a prisão, Richthofen tentou estudar.
  • Em 2017, foi pré-selecionada para conseguir um empréstimo, por meio do Fies, e cursar administração de empresas em uma faculdade particular em Taubaté, mas ela não deu prosseguimento ao curso por medo do assédio fora da prisão.
  • Em 2021, começou a estudar presencialmente biomedicina em uma universidade particular também em Taubaté com a nota que conseguiu no Enem.
  • Ela deixava a prisão para se deslocar ao local de segunda a sexta-feira, no período noturno, das 18h às 23h. Após as aulas, ela retornava a um alojamento coletivo presidiário, onde havia 82 detentas.

Trabalho acadêmico sobre maternidade

  • Em outubro do ano passado, Richthofen apresentou um trabalho de pesquisa acadêmica sobre maternidade, em um congresso organizado pela faculdade.
  • O nome era "Os desafios da gestação tardia, e a importância das tecnologias reprodutivas". Ele passou por uma banca de avaliação e foi considerado apto a ser apresentado.