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'Me agrediram por ser jornalista', diz repórter atacada no litoral de SP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/02/2023 13h12Atualizada em 22/02/2023 15h08

A jornalista Renata Cafardo relatou no UOL News as agressões sofridas contra ela e contra o repórter fotográfico Tiago Queiroz por um grupo de moradores de um condomínio de luxo em Maresias, em São Sebastião (SP), enquanto registravam os estragos das chuvas no litoral norte paulista.

Entrei [no condomínio] e o fotógrafo continuou registrando as ruas alagadas, até que, em um determinado momento, saiu um grupo lá de dentro perguntando quem eu era. Ao dizer que eu era do Estadão, começaram a me xingar de palavrões e me chamaram de comunista e de esquerdista. Eu estava parada, foi coisa da pessoa chegar e começar a me agredir por ser jornalista".

Um outro homem começou a xingar, me empurrar e me tirar da calçada. Nesse meio-tempo, já tinham feito isso com o fotógrafo e, quando fui para a rua, estavam obrigando ele a apagar fotos que registravam uma rua alagada".

Tales: Agressão a jornalistas no litoral de SP é retrato da falência da elite brasileira

O colunista do UOL Tales Faria repudiou a agressão aos jornalistas e disse que não havia nada para ser "politizado" por quem fez os ataques aos profissionais.

É um retrato da falência das nossas elites. Eles não queriam mostrar o estrago no condomínio com medo de alguma desvalorização e estavam politizando, como Bolsonaro e os bolsonaristas fazem, uma situação nada politizada. Era um desastre e um retrato da imprensa. É a falência da elite brasileira, que não admite ser vista em nenhuma situação, não admite o trabalho da imprensa, da população e do público".

É essa elite que levou o nosso país à situação que está. Ela precisa repensar, não pode ter esse nível de agressividade quase animalesco".

Litoral de SP: Médica diz que há vítimas com fraturas e picadas de cobras

A médica Ludmyla Jungmann, que está atuando em São Sebastião, contou como está sendo a chegada das vítimas ao hospital após os deslizamentos.

A maioria dos casos foram mesmo fraturas, picada de cobra, de aranha e muita criança. A primeira pessoa a chegar no hospital foi uma puérpera".

Ela também disse ser complicado, mas não impossível, achar pessoas vivas 72 horas depois, já que é muito tempo.

Ficar 72 horas sem alimento e sem água começa a alterar seu corpo e te impede de pedir ajuda, levando até ao desmaio. Vai da capacidade de cada pessoa e cada corpo. 72 horas é um tempo muito alto para achar pessoas vivas, mas não é impossível, a gente pode encontrar ainda".

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