Cotidiano

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Morador de São Sebastião: 'Galão de água que era R$ 8 agora está R$ 40'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/02/2023 09h09Atualizada em 22/02/2023 15h37

Em meio à solidariedade, há quem se aproveite do desastre provocado pelas chuvas que devastaram o litoral norte do estado de São Paulo para explorar as vítimas da tragédia. Em entrevista ao UOL News nesta quarta, o promotor de eventos Helder Lucas, morador de São Sebastião e que teve sua casa destruída, relatou alguns destes abusos e se indignou com a falta de empatia.

O pessoal ajuda, mas muita gente quer explorar. O ser humano está muito estranho. Comprei um marmitex em um restaurante por R$ 20. Tentei comprar outro depois e já estava R$ 35. Um galão de água, que era R$ 8, estão vendendo a R$ 40. Assinei uma nota em um restaurante para pagar uma pizza de R$ 110. Helder Lucas, morador de São Sebastião (SP)

Helder e seu filho de onze anos não estavam na residência quando ela foi destruída. Ele só conseguiu chegar ao local dois dias depois por conta das dificuldades de acesso. O morador, que está na casa de sua ex-mulher, contou que chegou a figurar na lista de desaparecidos, já que ele não tinha como se comunicar.

Parecia um filme de terror. Tenho 58 anos e nunca havia passado um medo tão grande. Moro há 17 anos aqui e nunca havia visto isso. Caiu o morro todo. Consegui salvar algumas coisas. É um sonho que vai embora. Meu filho de onze anos entrou em desespero, mas temos que ficar fortes. Helder Lucas, morador de São Sebastião (SP)

12 mil famílias moram em áreas de grande risco em SP, diz Ricardo Nunes

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que 12 mil famílias vivem em áreas de grande risco na cidade. Ele disse que a prefeitura pretende intensificar os esforços nestes locais para evitar que aconteçam tragédias como a que devastou o litoral norte do estado após fortes chuvas.

Só aqui na cidade de São Paulo temos 482 áreas de risco. Nas regiões de maior vulnerabilidade, com maior risco de desabamento, temos 12 mil famílias. A partir dessa grande tragédia que atingiu o litoral norte, é preciso reordenar e tratar esse assunto com mais seriedade para atuar nessas áreas. Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo.

Josias: É preciso investir em soluções perenes, se não contaremos mais mortos pelas chuvas

Josias de Souza cobrou ações permanentes das esferas municipais, estaduais e federais para evitar novos desastres causados pelas chuvas. Para o colunista, os mandatários têm adotado práticas apenas depois que as tragédias acontecem, em vez de traçar estratégias realmente eficazes de prevenção.

É preciso começar a tratar desse problema como ele deve ser tratado, como algo permanente e que exige soluções também permanentes. Isso exige dinheiro, concentração e foco. A esta altura, não podemos nos contentar com pouco. Ou tratamos de forma mais consequente ou contabilizaremos mortes a cada verão. Josias de Souza, colunista do UOL

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