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RJ: Filha manda sequestrar mãe e a interna à força em clínica psiquiátrica

A mulher e o companheiro dela foram presos hoje - Reprodução/TV Globo
A mulher e o companheiro dela foram presos hoje Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

24/02/2023 22h00Atualizada em 25/02/2023 11h40

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu hoje uma mulher acusada de sequestrar a própria mãe idosa, de 65 anos, e interná-la à força em uma clínica psiquiátrica sem que a mulher precisasse desse tipo de atendimento. O genro da idosa também foi preso por suspeita de estar envolvido no crime.

O que aconteceu?

  • A idosa foi sequestrada na zona sul da capital no dia 6 de fevereiro.
  • A abordagem ocorreu quando ela saía de uma agência bancária e foi rendida por dois homens, que a colocaram em uma ambulância.
  • Após ser rendida, a idosa achou ser vítima de uma "saidinha de banco" ou sequestro-relâmpago, mas um dos criminosos disse que "era coisa de família" e ela entendeu que o crime seria a mando da filha.
  • A mulher foi internada em uma clínica psiquiátrica em Petrópolis, na região serrana do estado. Depois, segundo a TV Globo, ela foi transferida para outra clínica na mesma região.

Segundo a polícia, as investigações apontaram que a vítima não tinha doenças psiquiátricas, mas foi mantida na clínica para ser coagida a retirar uma denúncia aberta por ela.

A idosa denunciou maus-tratos contra os dois netos, de 2 e 9 anos, na DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). Segundo a vítima, a filha também estaria com medo de perder uma pensão do filho, caso a denúncia fosse adiante — o pai tenta a guarda do menor de idade.

A polícia iniciou diligências após receber uma denúncia de que uma idosa lúcida e sem doenças físicas e mentais estaria sendo mantida presa em uma clínica. A idosa foi resgatada do local.

De acordo com a emissora, a filha já havia tentado internar a mãe pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em 27 de janeiro, mas a equipe médica apontou que a idosa não tinha "presença de delírios ou algo que sugerisse transtorno psiquiátrico de agressividade".

"Olha, eu fico muito triste. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. Isso é tão envolvido no dinheiro, que no dia que ela me colocou na clínica, ela contratou duas faxineiras, limpou meu apartamento e já alugou para o Carnaval. Raiva, não. Eu só tenho tristeza", disse a idosa à TV Globo.

Em nota, a clínica Revitalis, onde o fato foi registrado, afirmou que a idosa foi transferida de outra clínica psiquiátrica para o local e disse que Patrícia solicitou a internação da mulher afirmando que ela tinha histórico depressivo e de confusão. A clínica nega que a paciente tenha oferecido resistência ou se recusado a permanecer em tratamento.

"Após avaliação médica e entrevista com familiar foi identificada a necessidade de observação para conclusão diagnóstica mais precisa. Em 5 dias na clínica, com abordagem multidisciplinar da equipe, foi constatado que a paciente não mais apresentava indicação de internação", afirma posicionamento.