Homem que matou fotógrafo no centro de SP alega legítima defesa e é solto
O homem que matou a facadas o fotógrafo Felipe Ary de Souza, 25, conhecido como "Terremoto", foi preso ontem, mas acabou solto hoje após prestar depoimento.
O que aconteceu
- Vinicius Eduardo Santos Saavedra, 23, disse à Polícia Civil ter agido em legítima defesa. O autor do crime já havia narrado a sua versão em vídeo postado nas redes sociais. "Eu matei, sim, o moleque", disse.
- Após prestar depoimento, Vinicius foi levado ao IML. Os exames feitos lá constataram as lesões que ele disse ter sofrido numa suposta briga com a vítima.
- Uma testemunha que também estava no local foi identificada e será ouvida pela Polícia Civil. O crime aconteceu na última quarta-feira (8), no apartamento de Vinicius, no centro de São Paulo.
O homem confessou o crime e alegou legítima defesa. Ele foi indiciado e responderá em liberdade.
Trecho de nota da Polícia Civil
A confusão começou após uma discussão entre Vinicius e Felipe, segundo a versão do autor do crime. Eles estavam consumindo bebidas alcoólicas e cocaína quando se desentenderam.
Em áudio atribuído a Vinicius nas redes sociais, ele disse ter questionado o fotógrafo para saber se ele ficaria com a sua namorada. Após dizer ter ouvido uma resposta positiva, o autor do crime admitiu ter discutido e entrado em luta corporal com o fotógrafo dentro do apartamento. Mas alegou ter levado a pior e usado a faca para se defender.
No meio da confusão, tinha uma faca que caiu no chão. Eu furei ele. Aí ele me soltou, também pegou uma faca e me furou também.
Vinicius Saavedra, que confessou o crime
Vinicius foi atendido na Santa Casa de Misericórdia e teve alta em seguida. Ele tinha cortes na barriga e em uma das mãos. As duas facas usadas na briga foram apreendidas pela polícia e serão submetidas a perícia.
A advogada Maira Pinheiro, que representa a vítima, acompanha os desdobramentos da investigação. Em entrevista à TV Globo, ela diz que a investigação precisa apurar se houve algum tipo de participação da namorada do autor do crime, que também estava no local.
Nós queremos saber qual foi a participação da outra moça, que estava presente na cena do crime. [Saber] se ela contribuiu de alguma forma para as agressões, se conteve o Felipe fisicamente, se entregou para o Vinicius algum tipo de objeto cortante.
Maira Pinheiro, advogada criminalista
A defensora também questiona se "Terremoto" estava vivo ou morto quando o casal trancou a porta do apartamento após o crime. "A gente quer saber se deixaram ele lá, agonizando. Ou se o deixaram já sem vida".
Os investigadores também analisam imagens de câmeras de segurança, que registraram o momento em que o autor do crime deixou o prédio com a camisa suja de sangue após matar o fotógrafo.
'Menino cheio de vida'
Nas redes sociais, o coletivo Jornalistas Livres escreveu que o jovem era um "menino cheio de vida".
Terremoto era um menino cheio de vida, criativo, inteligente, divertido, solidário, afetuoso, fazia a diferença onde quer que estivesse. Não era à toa que seu apelido era Terremoto. Aprendeu a ser fotógrafo, e dos bons, participando de reportagens nos Jornalistas Livres. Terremoto seguiu pelo mundo, foi fotografar os seus, os talentos periféricos, ele sabia bem de que lado estava.
Coletivo Jornalistas Livres
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