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'Nunca desisti', diz mulher atacada por colegas de faculdade devido à idade

Patrícia Linares, 44, falou sobre o preconceito sofrido por colegas de classe - Reprodução
Patrícia Linares, 44, falou sobre o preconceito sofrido por colegas de classe Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/03/2023 10h02

A estudante universitária Patrícia Linares, 44, alvo de etarismo, preconceito pela idade que tem, por parte de três colegas de faculdade, disse que foi tomada por um sentimento de tristeza e que chorou muito após o episódio, mas que desistir não é uma opção, em entrevista à TV Tem, afiliada da Globo.

O que aconteceu:

  • Patrícia explicou que decidiu cursar biomedicina, na Unisagrado, para buscar um recomeço profissional, após fechar uma loja que mantinha em Bauru;
  • O caso dos ataques recebidos por ela ganharam grande repercussão nas redes sociais; apesar do preconceito sofrido, a universitária ressaltou que teve o apoio do marido, dos familiares e de pessoas nas redes sociais, que também relatam suas experiências com o preconceito.
  • Patrícia evita falar sobre as colegas mais jovens, mas diz ter ficado bastante abalada com o episódio. Depois da repercussão do caso, as jovens que gravaram o vídeo debochando de Patrícia se disseram arrependidas. O UOL entrou em contato com duas das garotas, mas não teve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Me abalou, sim. Eu fiquei, a princípio, triste. A tristeza que me abateu foi muito, muito grande. Eu chorei muito, mas cheguei em casa, contei para o meu esposo o que tinha ocorrido, mandei para as minhas irmãs, e daí tudo começou a acontecer. Estou recebendo muitos relatos de pessoas que sofrem todo tipo de preconceito para realizarem seus sonhos.

Patrícia Linares retornou à sala de aula, ganhou uma homenagem dos outros estudantes, e garantiu que não deixará que esse episódio de intolerância atrapalhe seus sonhos e seus objetivos.

Nunca desisti da minha vida, nunca desisti de nada. A minha mãe dizia para a gente que sonhos são pedacinhos de amor que Deus coloca em nós para um dia a gente concretizar, e ele vai se concretizar.
Patrícia Linares, universitária

A Unisagrado não fez menção direta ao caso, mas disse não compactuar com discriminação nas redes sociais. A reportagem também entrou em contato para saber se as alunas sofreram algum tipo de penalização, mas não teve resposta além de que o caso está sendo tratado "no âmbito institucional". "Acreditamos que todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. Isso tudo faz sentido para nós", escreveu a administração da faculdade nas redes sociais.