Laudo de mulher amputada no Rio aponta omissão e demora de hospital
O exame de corpo de delito do IML (Instituto Médico Legal) de Gleice Kelly Gomes Silva, 24, aponta demora e omissão de informações por parte do Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
O que aconteceu:
A jovem deu entrada na unidade hospitalar para dar à luz de parto normal, e teve a mão esquerda amputada. O caso aconteceu em outubro do ano passado, mas foi somente no início deste ano que Gleice fez a denúncia.
O laudo do IML aponta que Gleice teve uma trombose venosa e que um dos procedimentos feitos foi uma fasciotomia, que seria uma tentativa de descomprimir os vasos, com o objetivo de viabilizar a circulação do braço da paciente. Devido à demora, o hospital não teve sucesso com a abordagem.
"O longo tempo de evolução da isquemia até a realização do procedimento de emergência, cerca de vinte horas, impede que o quadro seja revertido, em função das alterações bioquímicas já instaladas em nível celular. Nada mais podendo ser feito, a amputação do membro é a única opção", diz um trecho do laudo que o UOL teve acesso.
No final do documento, o perito afirma que não foi relatado pelo hospital nenhum tipo de manipulação no membro esquerdo de Gleice, que precisou ser amputado após a transferência hospitalar para a unidade de São Gonçalo.
"Há de ser informado que, apesar de a periciada ter alegado a presença de acesso venoso no membro superior esquerdo, o perito não encontrou tal referência na documentação médica enviada para exame indireto", diz a conclusão do exame.
A versão é contestada pela vítima e pela sua defesa, por meio de fotos que mostram o acesso na mão esquerda e a mudança de coloração do membro. "Estou pedindo a eles uma explicação, se teve erro, se não teve, quero que eles falem coisas concretas. O próprio laudo, que seria para esclarecer, não esclareceu por falta de informações passadas para o perito", destacou Gleice.
Segundo a defesa de Gleice, outras denúncias referentes a esse hospital surgiram após a repercussão do caso. O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) abriu uma sindicância de ofício em janeiro, mas a apuração ainda não foi concluída.
O hospital não quis comentar: "O processo judicial está em segredo de Justiça. Desta forma, o hospital não pode se manifestar. A unidade reforça que está totalmente empenhada no esclarecimento dos fatos e à disposição da paciente e de sua família".
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil desde janeiro deste ano e, até o momento, o inquérito ainda não foi concluído.
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