Superfungo: Hospital é interditado após casos de Candida Auris em PE
O Hospital Miguel Arraes, no município do Paulista (PE), está em "isolamento total" após a confirmação de casos do "superfungo" Candida auris, informou a Secretaria Estadual da Saúde.
O que aconteceu
Pelo menos três casos já foram confirmados no estado, sendo dois em unidades de saúde públicas, com trechos já isolados, e um terceiro em um hospital particular. Dois casos do fungo Candida auris foram confirmados na quinta-feira (11) e no domingo (14) nos hospitais Miguel Arraes e Tricentenário, respectivamente. Os pacientes têm 48 e 77 anos. Hoje, a pasta confirmou ao UOL o terceiro caso, de um homem de 66 anos, que se encontra internado.
Segundo a pasta, os pacientes estão internados devido a outras enfermidades, não apresentando "repercussões clínicas" decorrentes do fungo.
O Hospital Miguel Arraes foi isolado totalmente, uma vez que o paciente circulou por algumas áreas da unidade de saúde. No Hospital Tricentenário, como o paciente sempre esteve no mesmo setor, o isolamento foi localizado.
Atualmente, o trabalho é de bloqueio e controle da propagação do fungo. Nos setores onde os pacientes estão internados, foi estabelecida imediata intensificação das ações de limpeza e desinfecção de ambientes. Uma investigação também tenta definir se os casos surgiram nas unidades de saúde.
Para detecção de possíveis novos casos, estão sendo realizadas a busca e a investigação diagnóstica envolvendo todos que tiveram contato e dividiram espaços de internação com os doentes, disse a Secretaria Estadual da Saúde.
O que é a Candida auris
A Candida auris causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes. Em alguns casos, a todos. Isso levou a espécie a receber o apelido de "superfungo".
Esses organismos causam infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, as candidíases, combatidas com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.
No caso da Candida auris, porém, as infecções se mostram extremamente difíceis de curar. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos. Em alguns casos, resistem também à maioria dos desinfetantes.
A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a casos agressivos e por vezes letais. Além disso, acomete, em geral, pacientes graves que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de tratamento.
O patógeno é difícil de identificar, podendo ser confundindo, em laboratórios, com outras espécies de Candida.
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