Deputado policial do PT é investigado por agressão a ex no RS; ele nega
O TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) autorizou a Corregedoria-Geral da Polícia Civil do estado a investigar o deputado estadual Leonel Radde (PT-RS) por suposta violência doméstica cometida contra uma ex-namorada em abril deste ano. O parlamentar petista, que também é policial civil, nega que tenha agredido a ex.
O que aconteceu:
A ex-mulher de Leonel Radde registrou boletim de ocorrência contra ele por violência doméstica em 12 de abril. Na delegacia, ela disse que a agressão teria acontecido no dia 8 daquele mês, durante uma festa em casa.
Na ocasião, ela e Radde teriam discutido, momento em que o deputado a teria segurado e ferido. A mulher passou por exame de corpo de delito, onde foram constatados hematomas.
Após a denúncia, a mulher conseguiu uma medida protetiva de urgência que impede o suspeito de manter proximidade ou contato com ela. Leonel também está proibido de mencionar publicamente o nome dela.
Ao UOL, Leonel Radde negou as acusações e afirmou ser "vítima de extorsão e denunciação caluniosa". Ele mostrou boletim de ocorrência registrado contra a ex em 17 de abril, sob a acusação de "extorsão". A mulher supostamente teria exigido pagamento de R$ 100 mil.
No registro policial, Radde informou que ele e a suposta vítima namoraram por cerca de dois anos e meio, que a relação chegou ao fim após se tornar "insustentável", mas que ela teria continuado morando com ele porque dizia não ter condições financeiras de ir morar sozinha.
Leonel Radde apresentou aos investigadores um suposto amigo do casal como testemunha de que não teria agredido sua ex-companheira, de que estaria sendo vítima de extorsão e calúnia. O caso está na fase de oitivas, segundo a Polícia Civil.
Em nota, a defesa da vítima afirmou que ela vem sendo covarde e inescrupulosamente atacada em decorrência da postura do acusado. "Mesmo sob a vigência de uma Medida Protetiva que o impede de ter contato "bem como expô-la em redes sociais ou a terceiros por meio de fotos, mensagens e/ou vídeos", o acusado segue sistematicamente ofendendo a vítima, acusando-a publicamente de extorsão e divulgando conversas íntimas de ambas as partes. Não obstante todas as lesões decorrentes do relacionamento, a vítima ainda precisa enfrentar ataques devido a disseminação de ódio daquele que legalmente deveria permanecer em silêncio"
Veja na íntegra a nota da defesa de Leonel Radde:
"A assessoria jurídica do deputado Leonel Radde informa que o parlamentar encontra-se impedido de manifestar-se sobre a pauta em questão devido à ordem judicial. Informa, ainda, que os devidos esclarecimentos serão prestados em momento oportuno e que o deputado é vítima de crime. Por fim, reafirma o seu compromisso com a luta antifascista reforçando a convicção de que leis relevantes não podem ser utilizadas para acobertar crimes de qualquer natureza.
Sobre essa indefinição, explico que o inquérito policial está sendo conduzido pela corregedoria da Polícia Civil. Já o julgamento de eventual denúncia vinda desse inquérito não tem ainda a competência definida. Pode ser pelo juiz de primeira instância ou pelo órgão especial do TJ/RS. O próprio juiz de primeira instância remeteu esses autos ao órgão especial para que isso seja definido.
Quanto a demais detalhes sobre o processo, não posso me manifestar. Tanto para resguardar as partes quanto para que qualquer fala seja considerada quebra da medida restritiva".
Veja na íntegra a nota da defesa da suposta vítima:
A Assessoria Jurídica da vítima vem, novamente, a público manifestar-se diante dos recentes fatos ocorridos. A vítima vem sendo covarde e inescrupulosamente atacada em decorrência da postura do acusado. Mesmo sob a vigência de uma Medida Protetiva que o impede de ter contato "bem como expô-la em redes sociais ou a terceiros por meio de fotos, mensagens e/ou vídeos", o acusado segue sistematicamente ofendendo a vítima, acusando-a publicamente de extorsão e divulgando conversas íntimas de ambas as partes.
Não obstante todas as lesões decorrentes do relacionamento, a vítima ainda precisa enfrentar ataques devido a disseminação de ódio daquele que legalmente deveria permanecer em silêncio.
Cumpre esclarecer, ainda, que a infame acusação de Extorsão veio tão somente após a denúncia das agressões sofridas, como mais uma tentativa desesperada de inverter os fatos, postura essa típica do contexto da violência doméstica. O descaso a uma ordem judicial representa o descaso ao Poder Público, às autoridades Policiais e Judiciarias e a sociedade como um todo. Todos esses fatos já foram levados ao conhecimento das autoridades para que as medidas cabíveis sejam adotadas. Confiamos que a Justiça será feita e o responsável devidamente penalizado.
Uma sociedade minimamente séria deve tratar a vítima como vítima e o agressor como tal.
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