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Dal Piva: Estado poderia ter parado assassinos antes da morte de Marielle

A colunista do UOL Juliana Dal Piva comentou durante sua participação no UOL News hoje a respeito da informação de que os suspeitos da morte da vereadora Marielle Franco movimentaram R$ 6,4 milhões. Ao ser questionada sobre a possibilidade de seguir o dinheiro, ela criticou a falta de empenho do governo em combater o crime organizado.

Lavagem de dinheiro é um crime federal, mas a origem desses crimes não é necessariamente federal. Precisaria que o estado do Rio de Janeiro, o governador Claudio Castro, suas secretarias de segurança estivessem também mobilizados para tornar prioridade para a segurança pública do estado o combate ao crime organizado, que está inclusive dentro das corporações.

Juliana Dal Piva destacou que existem bons policiais, mas lembrou que outros estão envolvidos em assassinatos ao longo do tempo.

Enquanto não tiver prioridade para pensar segurança pública e o crime organizado como um todo a gente vai continuar encobrindo isso e, de algum jeito, enxugando gelo. É bonito e importante ver um dia de avanço de uma investigação que é difícil, mas ela é uma dentro de inúmeras outras. Muita coisa aconteceu para que a vereadora Marielle Franco fosse assassinada. O estado poderia ter parado esses assassinos muito antes da vereadora Marielle Franco se tornar vítima deles.

Dino dá indireta bem direta a Deltan por menção a delação, diz Dal Piva

Juliana Dal Piva também comentou a respeito de uma postagem do ministro da Justiça, Flávio Dino, na qual ele critica algumas manifestações contra a delação premiada de Élcio Queiroz. Para a colunista, as críticas de Dino foram endereçadas ao ex-deputado federal Deltan Dallagnol.

Essa postagem do ministro vem bastante numa indireta/direta ao deputado federal cassado Deltan Dallagnol pela menção bastante equivocada, para dizer o mínimo, "delação agora é prova".

Segundo Juliana, Deltan se expressou fazendo uma crítica ao fato de que muitas pessoas queriam desqualificar as delações premiadas da Operação Lava Jato.

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"Mas a questão que se coloca por diferentes pessoas eram as provas que abasteciam e corroboravam as declarações dos delatores dentro da operação. Nem todas elas tinham corroboração, mas no caso especifico, da delação do Élcio no crime do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomez, o inquérito, que esta desde o assassinato, já tem muitas provas que acompanham as declarações", disse ela.

Dal Piva ainda criticou a postura do ex-deputado federal e disse que ela atrapalha o entendimento das pessoas.

Esses comentários em nada ajudam as pessoas a compreenderem o instrumento da delação premiada. É um instrumento que tem que vir acompanhado de outras provas. Até onde a gente conseguiu saber as informações relativas à delação do Élcio de Queiroz está muito bem abastecido.

Lula criticou delação na campanha; item é tão controverso quanto Moro e Deltan, diz Deysi Cioccari

A cientista política Deisy Cioccari também comentou a respeito das declarações de Flávio Dino. Ela afirmou que a delação premiada é um item controverso e lembrou das críticas feitas pelo presidente Lula no decorrer da campanha eleitoral do ano passado.

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Acho que a política nunca é uma linha reta. Durante a campanha eleitoral o presidente Lula criticou, muito justamente, com bastante ênfase a questão da delação premiada, que tem sido um objeto controverso, bem como o Deltan Dallagnol e Sergio Moro têm sido controversos na república.

"Mas o fato da esquerda e do PT terem criticado tanto esses instrumento também acaba fazendo com que eles recebam pedras nesse momento. A reclamação é válida, mas tem que se entender alguns dos motivos que levam a essas reclamações", completou.

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