Conteúdo publicado há 8 meses

Advogado é baleado por mulher de policial ao defender babá em Manaus; veja

Um advogado foi baleado na perna pela mulher de um policial civil após defender a babá dele de agressão em um condomínio localizado no bairro Ponta Negra, em Manaus, na sexta-feira (18).

O que aconteceu:

Câmeras de segurança do condomínio flagraram Jussana de Oliveira Machado (vestida com roupa preta), esposa do policial civil, agredindo Cláudia de Lima, babá do advogado Ygor de Menezes Colares, com socos e puxões de cabelo, além de imobilizar a funcionária no chão. A ação é observada pelo marido da agressora, o agente Raimundo Nonato Monteiro Machado, e outra mulher.

Ygor chega no local para defender a funcionária, mas é agredido com socos, inclusive no rosto, desferidos pelo policial civil, que repassa a arma dele para a esposa. O advogado consegue empurrar Raimundo no chão, mas o agente logo se levanta e continua agredindo a vítima. Jussana aponta a arma para o rosto e corpo do advogado. Outras pessoas chegam perto para observar o ocorrido e Jussana aponta a arma, além de dar uma coronhada na cabeça de Cláudia.

Enquanto o advogado está caído no chão, Jussana dispara contra a perna da vítima, que se levanta mancando. Segundo a TV Globo, o advogado ainda foi seguido e levou outro soco do agente no rosto.

Outros vídeos divulgados nas redes sociais mostram o policial civil falando para a esposa "bater na cabeça" e "quebrar a cara" da babá, enquanto Cláudia consegue se levantar e diz que "ninguém ajuda".

Justiça mantém prisão de mulher

Jussana foi presa em flagrante por porte ilegal de arma, disparo de arma de fogo, lesão corporal e ameaça, e teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia ocorrida neste sábado (19). As informações são da seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Amazonas e consulta da reportagem ao sistema do TJAM (Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas).

Na audiência, a justiça também emitiu mandado de prisão contra o policial Raimundo Nonato Monteiro Machado, que havia apenas assinado um termo de declarações na delegacia e foi liberado, de acordo com a emissora. Ele ainda não se entregou à polícia até a noite de hoje. A reportagem tenta contato com a Polícia Civil do Amazonas. A matéria será atualizada tão logo haja manifestação.

A esposa do policial teria argumentado na audiência de custódia que agrediu a babá do advogado, de 40 anos, após a funcionária ter supostamente reclamado do cachorro dela. Jussana disse estar "arrependida" da agressão, de acordo com o presidente de comissão da OAB-AM que acompanhou a audiência.

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A OAB compromete-se a prestar assistência para garantir a manutenção da prisão preventiva devido à alta periculosidade do ato cometido. Além disso, a OAB atuará em conjunto com a Corregedoria da Polícia para solicitar que o policial civil seja proibido de portar arma de fogo. A entidade também buscará seu afastamento cautelar e exoneração do serviço público.
Alan Johnny Fonseca, presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-AM

Jussana de Oliveira Machado e o marido, o policial civil Raimundo Nonato Monteiro Machado, aparecem nas gravações
Jussana de Oliveira Machado e o marido, o policial civil Raimundo Nonato Monteiro Machado, aparecem nas gravações Imagem: Reprodução/TV Globo

Vítima disse que sentiu 'muito medo'

O advogado informou a TV Globo que ainda não retornou ao condomínio após o episódio. Apesar do susto, ele está bem.

Ygor ainda relatou que a funcionária está com lesões no corpo. "Muitas agressões, várias partes assim roxas no rosto, inchadas aqui também e muito abalada psicologicamente por conta disso", afirmou.

Eu senti muito medo. Ter uma arma apontada para você, sem saber do que aquela pessoa é capaz de fazer. E aquela arma estava engatilhada para atirar, não era só uma mera intimidação.
Ygor de Menezes Colares, advogado

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Defesa do casal

A defesa do casal, representada pelo advogado Arthur da Costa Ponte, afirmou ao UOL que "irá se manifestar no processo", mas disse entender que o caso se tratou de "disparo acidental".

Os acusados são primários, a gravidade do delito não justifica prisão preventiva. Adotaremos todos os meios cabíveis para colocá-los em liberdade provisória.
Defesa do casal ao UOL

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