Onda de calor: Verão estará entre os 3 mais quentes da história, diz Inpe
Colaboração para o UOL, em São Paulo
14/11/2023 13h11
O próximo verão será um dos três mais quentes da história porque é o período que marca o auge do El Niño, afirmou o coordenador-geral de Ciências do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilvan Sampaio, durante o UOL News da manhã desta terça-feira (14).
Não dá para dizer que vai ser o mais quente, mas estará, certamente, entre os três mais quentes da história. Temos, neste momento, um El Niño de intensidade forte. Uma resposta do El Niño de intensidade forte, na região Sudeste, são temperaturas acima da média.
O que esperamos para o verão: temperaturas muito acima da média ao longo dos próximos meses durante todo o verão.
Não chegamos ao auge do 'El Niño'. O auge do 'El Niño' ocorre entre dezembro e janeiro, e já estamos falando de intensidade forte.
Sampaio disse que as cidades devem se preparar para fenômenos extremos.
É possível [se preparar para a onda de calor]. Infelizmente, isso para nós não é nenhuma novidade, nós não vemos ações efetivas associadas à preparação das cidades. No mínimo, cada Plano Diretor das cidades deveria ter um mapeamento das áreas suscetíveis a enchentes, alagamentos e escorregamento de encostas. Isso não é contemplado nos planos diretores.
Vamos pegar, por exemplo, o estado de São Paulo. Na região da Serra do Mar, tem diversas moradias ocupadas de maneira desordenada, sem nenhum tipo de planejamento e que estão em áreas de encostas. Como a tendência é que os eventos extremos fiquem cada vez mais frequentes, aquelas populações que estão ali deveriam ser retiradas imediatamente, porque a cada ano elas se tornam mais vulneráveis a chuvas intensas que vão provocar escorregamento de encostas. Pessoas vão morrer.
Josias: 'Queda de energia na CPI da Enel é culpa das árvores também?'
A queda de energia durante a sessão da CPI da Enel para ouvir o presidente da empresa em São Paulo, Max Xavier Lins, foi ironizada pelo colunista do UOL Josias de Souza, também no UOL News de hoje.
Pouco antes do início do interrogatório, a energia no plenário José Bonifácio da Alesp caiu, mas foi restabelecida em seguida. Dez minutos depois, houve nova queda de energia, retomada em segundos.
É muito fácil explicar: a culpa é das árvores. As árvores cometeram muitos crimes em São Paulo nesses últimos dias, o primeiro foi existir, mas esse crime poderia ser tratado como crime menor, seria uma contravenção tolerável se não passasse disso. Mas elas não se contentaram apenas com a existência desmedida, elas passaram a existir em grande número.
Muito difícil levar a sério essa CPI. A gente aprendeu que CPI no Brasil, seja federal, municipal ou estadual, costuma ser uma embromação que não resulta em nada.
É preciso que a Enel seja responsabilizada de alguma maneira. É um problema coletivo esse que aconteceu em São Paulo: 4,2 milhões de domicílios residenciais e comerciais ficaram sem energia elétrica em 27 cidades do estado de São Paulo.
O grande vilão desse episódio não foi a questão arbórea, como disse o governador Tarcísio de Freitas. Já há uma evolução do presidente da Enel, porque ele está, pelo menos, pedindo desculpas. Ele não se desculpava.
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