Inpe: Aquecimento pode trazer mais seca ao Norte e Nordeste e chuvas no Sul
O coordenador-geral do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilvan Sampaio, explicou os efeitos que o aquecimento global pode ter no Brasil nos próximos anos, como calor recorde e chuvas.
O que ele disse:
Sampaio explica que 2023 é o ano mais quente já registrado desde o século 19, quando os dados passaram a ser reunidos, mas que o recorde pode ser batido em breve: "O motivo é aquele que já falamos há algumas décadas. É a combinação do aquecimento global, que continua se intensificando, com o El Niño de intensidade forte", disse.
"Também temos o Atlântico Tropical Norte mais quente que o normal. E o Atlântico Tropical Norte também está contribuindo para essa média. (...) Principalmente no Sul, as chuvas excessivas, e no Norte as secas, que vão perdurar pelos próximos meses", explicou.
Além disso, Sampaio explicou as consequências das mudanças climáticas para o Brasil. Segundo ele, as projeções climáticas para as próximas décadas mostram um "padrão muito claro" sobre o clima: "Chuvas excessivas no Sul do Brasil e secas generalizadas no Norte e Centro da Amazônia, e região Nordeste", disse.
Segundo o coordenador-geral do Inpe, o foco da seca mudará da Amazônia para a região Nordeste: "O foco estava mais no sudoeste da Amazônia e região central, e passa a ser agora o leste e o norte da Amazônia, que é onde de fato o El Niño tem um impacto maior. E no ano que vem, como o El Niño perdura pelo menos no primeiro semestre, nós teremos um impacto na região Nordeste do Brasil, com a pior das combinações possíveis".
Com essa configuração nós vamos ter déficit de chuvas no semiárido nordestino no ano que vem
Gilvan Sampaio, coordenador-geral do Inpe
Onda de calor
A onda de calor que atinge o Brasil fez o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitir um alerta vermelho para seis estados e também para o Distrito Federal. Junto aos locais com alerta laranja, também para as altas temperaturas, são 13 estados em risco.
As temperaturas podem estar 5ºC acima da média por um período maior do que cinco dias. Segundo o Inmet, a situação representa risco à saúde.
A onda de calor foi classificada como de "grande perigo" - o nível é o máximo entre os três previstos na escala de grau de severidade do instituto para fenômenos meteorológicos.
Inmet recomenda que cidadãos procurem a Defesa Civil em caso de necessidade. O serviço atende em todo o país por meio do telefone 199.
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