Irmã de jovem morto após assalto no RJ: 'Tentaram me roubar ao sair do IML'

A irmã do jovem que teve a morte cerebral após ser agredido durante um assalto, no Rio, disse que sofreu uma tentativa de roubo ao sair do IML (Instituto Médico Legal) após reconhecer o corpo do irmão.

O que aconteceu:

A irmã de Leonardo Alves Quintanilha, Isabella, disse que "pularam" em cima dela e a machucaram na saída do IML. O relato foi ao Fantástico (TV Globo). O rapaz foi assaltado no centro do Rio.

No dia que eu fui reconhecer o corpo do meu irmão no IML, tentaram me assaltar, eu saindo do IML, pularam em cima de mim. Me machucaram. Você não tem paz. Você não tem o direito de ir e vir.
Isabella Quintanilha

Renata Evangelista, mãe de Leonardo, disse que roubaram a pochete do filho, com o celular, com cartão de crédito e identidade. Após ser agredido, Leonardo correu atrás do ônibus em que os bandidos fugiram e se pendurou na porta traseira, sendo arrastado por um quarteirão. Ele foi empurrado pelos criminosos e bateu a cabeça no chão da via.

"No dia 5, a gente entrou no hospital e saiu com a notícia de que meu irmão tinha tido morte cerebral. E aí, a gente volta para casa e chora a morte do meu irmão? E o que vai ser feito? A gente enterra o meu irmão, um menino de 28 anos, cheio de sonhos e volta para casa e chora?", desabafou Isabella.

A mãe do rapaz afirmou buscar respostas e entender o que realmente aconteceu com o filho.

Hoje eu só tenho uma versão. Mas eu quero saber, quero ver câmera de segurança, imagem da rua. (...) A sensação que eu tenho é que tiraram o meu coração e levaram embora.
Renata Evangelista, mãe de Leonardo

A gente quer justiça para o Leonardo. A gente quer lutar para que a gente tenha um pouco de dignidade em sair na rua. Parece que a nossa vida acabou, foi interrompida.
Isabella Quintanilha

Entenda o caso:

A família recebeu uma ligação no dia 28 informando que o auxiliar de imigração do Aeroporto do Galeão, no Rio, Leonardo Alves Quintanilha havia sido agredido em um assalto em um ponto de ônibus.

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O jovem havia levado um amigo até o local quando foi abordado por cinco criminosos. O grupo saiu de um ônibus e o espancou enquanto os bandidos roubavam o celular e outros itens do rapaz, segundo relato da mãe de Leonardo ao RJ1 (TV Globo).

Os assaltantes conseguiram levar o celular da vítima e fugiram em um ônibus. Informações iniciais obtidas pela família apontam que Leonardo ainda correu atrás do veículo para tentar recuperar o aparelho e teria ficado preso na porta. O veículo teria se deslocado com o rapaz preso por mais de um quarteirão, segundo a irmã dele, Isabela Quintanilha.

Os criminosos teriam empurrado Leonardo, que caiu desacordado na rua. A família denuncia que as pessoas na via não socorreram o rapaz rapidamente, mesmo ele estando desacordado.

Depois de socorrido, o auxiliar foi levado ao CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.

Procurada, a direção do Hospital Municipal Souza Aguiar informou à reportagem que o protocolo para confirmação de morte encefálica do paciente foi aberto no domingo (3). Leonardo faleceu na tarde de terça-feira (5).

Já a Polícia Civil disse que requisitou ao hospital o boletim de atendimento médico da vítima e as imagens de câmeras de segurança instaladas na região do roubo.

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Diligências também estão sendo realizadas em busca de testemunhas e informações que levem à identificação dos autores do crime. "A investigação está em andamento para esclarecer todos os fatos", esclareceu a corporação. O caso foi registrado na 1ª DP (Praça Mauá) e encaminhado para a 5ª DP (Mem de Sá). Ninguém foi preso até o momento.

Ao UOL, na terça-feira (5), a Polícia Militar informou que o 5º BPM (Praça da Harmonia) não foi acionada para o episódio relatado. O batalhão, ainda segundo a corporação, tomou conhecimento do caso após a entrada de Leonardo no hospital. O rapaz foi socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

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