'Ninguém entendeu o que aconteceu', diz delegado sobre policial morta em SP
Do UOL, em São Paulo
20/12/2023 20h31Atualizada em 20/12/2023 20h53
O delegado e diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), Fábio Pinheiro Lopes, afirmou que "até agora ninguém entendeu o que aconteceu" no caso da investigadora morta por um empresário em São Paulo.
O que aconteceu
Colegas estão desolados com a morte de Milene Bagalho Estevam. "Nunca fui a um velório em que os colegas estavam assim tão consternados, tanto por quanto a Milene era querida por todos, mas mais ainda pela coisa banal. Ninguém entende como isso aconteceu, o que leva uma pessoa a abaixar daquele jeito e disparando contra alguém que ele nem sabia quem era", disse o diretor do Deic ao Brasil Urgente (TV Bandeirantes).
Investigadora estava do outro lado da rua e "nem viu o que aconteceu com ela", declarou Lopes sobre a colega ter sido atingida pelas costas. Ele também explicou que a agente estava com distintivo da Polícia Civil e devidamente identificada. Já a família de Saladino diz que ele pensou que seria um assalto.
Casa de empresário era a terceira procurada pelos agentes. A policial e um colega pediam acesso às câmeras de residências da rua para investigar um furto ocorrido no dia anterior. O vigilante estava saindo da residência, atendeu os agentes e disse que chamaria o patrão, Rogério Saladino. Dez minutos depois, o empresário abriu o portão e saiu disparando contra os policiais.
Empresário se armou antes de disparar contra os agentes. O delegado afirmou que o vigilante avisou o patrão que eram policiais em serviço, mas Saladino se municiou mesmo assim, deu um tiro para cima para testar o armamento e, na sequência, foi em direção ao portão da residência.
Entenda o caso:
O tiroteio deixou três mortos. São eles: o proprietário da casa, Rogério Saladino dos Santos, 56; o vigilante particular da casa, Alex James Gomes Mury, 49; e a investigadora da Polícia Civil, Milene Bagalho Estevam, 39. O caso ocorreu na tarde de sábado (16) na rua Guadelupe, no bairro Jardim América, na zona oeste de São Paulo,
O dono da casa recebeu a policial a tiros e o agente que acompanhava a investigadora também disparou. "O colega dela reagiu e acertou o atirador. Um funcionário pegou a arma do chão para atirar nos policiais e também foi baleado", informou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).
O resgate foi acionado após a troca de tiros. A policial e o empresário foram levados a hospitais, mas não resistiram e morreram. Já o vigilante morreu no local. O caso foi registrado como homicídio e morte decorrente de intervenção policial e é investigado.
As quatro armas envolvidas na ocorrência foram apreendidas. Duas eram dos dois policiais civis e duas do empresário.