'Maré vermelha': o que é o fenômeno que causa enjoo e falta de ar

Dezenas de pessoas —a maioria delas turistas— precisaram de atendimento médico nos municípios de Barra de Santo Antônio e Paripueira, ambos no litoral norte de Alagoas. A principal suspeita é que eles tenham sido vítimas de um fenômeno chamado "maré vermelha".
O que é a maré vermelha?
A "maré vermelha" é um fenômeno provocado pelo crescimento excessivo de algas, que podem liberar ou não toxinas. A informação é do IMA (Instituto do Meio Ambiente) de Alagoas.
O fenômeno é causado pelo aumento dE temperatura, salinidade, excesso de nutrientes, entre outros fatores. Carga orgânica elevada também pode contribuir com o tempo de permanência dessas marés.
A maré vermelha pode durar entre 12 horas e 48 horas. Segundo o IMA, ela pode provocar manchas de coloração escura na água do mar. As manchas são causadas pelo crescimento excessivo de algas microscópicas. Dependendo da espécie de alga, a mancha pode adquirir coloração vermelha, marrom, laranja, roxa ou amarela.
Micro-organismos em grande quantidade podem causar mortes de animais marinhos. E quando morrem, produzem gases e mais substâncias que irritam olhos, pele e mucosas das pessoas que tiveram contato.
Registro de "marés vermelhas" é antigo e bem conhecido da ciência. Há registros do fenômeno até na Bíblia. As águas do Nilo teriam se transformado em "sangue" e muitos animais morreram.
Principais sintomas de quem tem contato são enjoo, diarreia, irritação e secura nos olhos, além de falta de ar.
O que aconteceu
Pessoas que precisaram de atendimento médico tomaram banho na praia de Carro Quebrado, uma das mais famosas e turísticas do estado, localizada em Barra de Santo Antônio. O banho no local está vetado.
A procura das pessoas às unidades começou na tarde do dia 31 de janeiro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Barra de Santo Antônio.

Os banhistas apresentaram os seguintes sintomas:
- tosse
- coriza
- obstrução nasal
- dor de garganta
- hiperemia conjuntival (vermelhidão nos olhos)
O IMA enviou equipes para o local e recomendou evitar a recreação em segmentos do mar que apresentem coloração e odor diferentes.

Fonte: Claudio Sampaio, professor da Ufal (Universidade Federal de Alagoas).
*Com informações de reportagem publicada em 01/02/2024
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