Conteúdo publicado há 3 meses

Entregador é impedido de subir em elevador de prédio no Rio de Janeiro

Um entregador foi impedido por uma moradora de subir em um elevador de um prédio em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

O que aconteceu

João Eduardo Silva de Jesus, 18, faria a entrega de água para um morador do condomínio. Ao tentar entrar no elevador, ele foi surpreendido por uma moradora. A mulher o impediu de entrar e disse que ele deveria fazer a entrega pelo elevador "de serviço".

O entregador argumenta que não pode ser impedido de entrar no elevador "social". "Isso é uma lei agora. A senhora não sabe? Se a senhora não sabe, está sabendo agora. E eu vou subir sim", argumentou João. Em 2023, o prefeito Eduardo Paes (PSD) sancionou uma lei que proíbe o uso dos termos "elevador social" e "elevador de serviço" em prédios privados da cidade do Rio. O objetivo da lei é coibir qualquer tipo de discriminação e "proporcionar dinamismo para o acesso a estabelecimentos privados".

A gravação compartilhada por João Eduardo tem cerca de sete minutos. As imagens mostram parte da confusão. "Você não vai subir aqui não", diz a moradora, enquanto trava a porta e impede ele de entrar.

Outros moradores observam a discussão e questionam por qual motivo ele não poderia subir no elevador. A mulher pede para ninguém se envolver e cita ainda que paga o "condomínio". "Eu sou condômina. Eu pago condomínio. Você paga?", perguntou a moradora ao entregador. "Tu paga condomínio... Qual diferença tem se tu é condômina ou não? Tu é melhor que eu?", questionou João.

O porteiro do prédio foi chamado e pediu para que o entregador saísse do elevador. "Para evitar...deixa ela subir logo", pediu.

João Eduardo prestou queixa na polícia. O caso foi registro como injúria por preconceito. O UOL procurou a Polícia Civil do Rio de Janeiro para esclarecer se o caso será apurado, mas não houve retorno. A reportagem também não localizou a moradora. O espaço segue aberto para manifestação.

O entregador contou que está abalado com a situação. "Ela fez tanta questão de uma coisa tão fútil, sabe? Um pouco pela minha cor também e pela classe social, talvez por eu ser entregador. É triste, é desgastante também. Desgaste emocional, estou um pouco abalado. A gente acorda cedo para trabalhar, para correr atrás do pão de cada dia e se depara com pessoas assim", disse em entrevista ao RJTV, da TV Globo.

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