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Deputada do PSOL aciona MP-SP contra mulher que atacou casal gay em padaria

Do UOL, em São Paulo

07/02/2024 21h23

A deputada federal Erika Hilton entrou com representação junto ao Ministério Público de São Paulo para investigar o caso em que uma mulher agrediu e ofendeu um casal gay em uma padaria no bairro Santa Cecília, no centro da capital paulista.

O que aconteceu

A parlamentar e a ativista Amanda Paschoal solicitaram hoje (7) que o Grupo Especial de combate à Intolerância do Ministério Público assuma a investigação do caso. Além de investigar a acusada, a deputada também pede apuração da conduta da padaria Iracema e da Polícia Militar por negligência.

O estabelecimento, aparentemente, não tomou as devidas providências para que a criminosa fosse retirada do local, o que permitiu que ela permanecesse agredindo Rafael e Adrian, enquanto a Polícia Militar só se dirigiu ao local após quatro denúncias feitas por telefone.
Érika Hilton, na rede social X

Jaqueline Santos Ludovico é o nome da mulher, segundo apurou o UOL. Oficialmente, a polícia e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) ainda não divulgaram sua identidade. A reportagem tenta contato com a defesa da mulher.

MP vai apurar a denúncia da deputada. O Grupo Especial de combate à Intolerância do MPSP confirmou que recebeu o documento. O gabinete da deputada afirma que a medida é importante para "garantir que o caso seja investigado como homofobia, pois sabemos que muitos casos de lgbtfobia acabam não sendo caracterizados corretamente".

A mulher ainda não foi ouvida pela polícia. Ao UOL, a Polícia Civil informou que a acusada ainda não prestou depoimento.

SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que as investigações prosseguem. Os policiais que atuaram no caso serão ouvidos, segundo o órgão.

As vítimas foram ouvidas, e foi requisitado exame de corpo de delito. Os PMs que atenderam a ocorrência serão ouvidos pela autoridade policial, bem como a autora, que foi identificada
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em nota

A padaria Iracema, onde o caso ocorreu, disse "lamentar profundamente o acontecido" e afirmou "repudiar veementemente qualquer forma de discriminação e desrespeito". "Estamos à disposição das autoridades policiais para quaisquer informações ou depoimentos. Qualquer tipo de intolerância não será aceita em nossas dependências", disse.

Após registro do boletim de ocorrência por parte das vítimas, o caso passou a ser investigado pela Decradi (Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância).

Agressões foram registradas em vídeo

De acordo com o boletim de ocorrência registrado por Rafael Gonzaga e Adrian Grasson, o casal chegou de carro à padaria.

Segundo os depoimentos, a mulher não permitiu que o casal estacionasse no local. Na sequência, ela teria batido no retrovisor do veículo e chamado o motorista de "viado folgado", além de ter atirado um cone contra as vítimas.

Após os três entrarem na padaria, a discussão continuou, e a mulher teria agredido o casal, provocando sangramento em ambos. Os xingamentos e parte das agressões foram filmadas pelas vítimas.

Em determinado trecho do vídeo, é possível ouvir a mulher dizer: "Os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação. Diferença dessa porr# aí". Outras pessoas presentes na padaria também foram ofendidas.

"Eu sou branca (...) olha o mimimi aí. Chama a polícia, vamos ver quem vai preso aqui", disse a mulher.

As vítimas usaram suas contas nas redes sociais para expor o caso. De acordo com Gonzaga, a padaria e a Polícia Militar foram coniventes com a agressora.

Segundo ele, a administração do estabelecimento não conteve a mulher. Ainda de acordo com seu relato, foi preciso ligar quatro vezes para a PM para que agentes fossem até o local.

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