Conteúdo publicado há 2 meses

Mulher que atacou casal e ironizou homofobia é identificada pela polícia

A mulher flagrada proferindo insultos homofóbicos contra um casal dentro de uma padaria na Santa Cecília, na região central da capital paulista, foi identificada pela Polícia Civil.

O que aconteceu

Jaqueline Santos Ludovico é o nome da mulher, segundo apurou o UOL. A polícia e a SSP (Secretaria da Segurança Pública) não divulgaram a identidade dela. A reportagem tenta contato com a defesa.

Suspeita será ouvida pela autoridade policial. Os policiais militares envolvidos na ocorrência, que aconteceu no último sábado (3), também deverão prestar depoimento, informou a SSP-SP ao UOL. Não foi informada nenhuma data para a mulher ser ouvida.

Vítimas já foram ouvidas. Exames de corpo de delito foram requisitados ao casal também.

Investigação analisa gravações apresentadas à polícia. Diligências também são realizadas para identificar novas testemunhas e obter outras evidências que colaborem para elucidação dos fatos.

Entenda o caso

Em depoimento à polícia, o casal contou que começou a ser atacado pela mulher ao tentar parar o carro no estacionamento da padaria. Segundo o relato, havia três pessoas em pé no local, paradas na vaga. Quando eles se aproximaram para estacionar, duas pessoas saíram, mas uma mulher teria permanecido parada, com os braços cruzados, até ser retirada pelo homem que estava com ela. As informações são da SSP-SP.

Mulher teria ficado contrariada, retornado até onde o carro estava estacionado, empurrado o retrovisor do veículo e começado a gritar com o casal usando termos homofóbicos, como "viados". Ela também teria atirado um cone na direção deles. Uma das vítimas chegou a ser atingida.

Confusão continuou dentro da padaria, onde foi parcialmente gravada pelo casal, que divulgou os vídeos nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver o momento em que uma das vítimas questiona por que a mulher está "alterada". "Você está alterada. Tá maluca, porr*? Por que você está alterada? A gente só queria estacionar o carro", diz.

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Em seguida, a mulher continua os ataques, chamando-os de "viados". "Tirei sangue seu foi pouco. E os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu sou branca. Olha a hipocrisia. O mimimi. Chama a polícia. Vamos ver quem vai preso aqui", disse, em tom irônico, quando o casal ligou para a polícia.

Nas redes sociais, uma das vítimas, identificada como Rafael Gonzaga, explicou que ele e o namorado foram agredidos física e verbalmente. "Passar pela situação de ser agredido e ofendido aos gritos publicamente em função da orientação sexual é algo repulsivo, primitivo, desumano. Não sabemos quem é essa mulher. Queremos justiça e peço a ajuda de todos".

O caso foi registrado como preconceitos de raça ou de cor e lesão corporal.

O UOL não conseguiu localizar a mulher ou sua defesa para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.

Padaria diz fornecer suporte aos clientes e autoridades

A padaria onde o caso ocorreu disse oferecer suporte aos clientes e às autoridades. O estabelecimento esclareceu em nota nesta quarta-feira (7) que os seguranças foram acionados para "garantir que a agressora se retirasse do local a fim de evitar mais transtornos" e declarou que o gerente acabou sendo agredido no meio da discussão.

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O estabelecimento ainda comentou que não se pronunciou anteriormente porque aguardava que os clientes tomassem a iniciativa em razão da "delicadeza do ocorrido". "Imediatamente acionamos as autoridades policiais, fornecendo as gravações e depoimentos necessários. Estamos comprometidos em manter um ambiente seguro e acolhedor para todos os nossos clientes", completou.

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