Dentista é indiciada por deformar pacientes em cirurgias estéticas em Goiás
Do UOL, em São Paulo
08/02/2024 17h55Atualizada em 08/02/2024 20h11
A dentista Hellen Kacia Matias da Silva foi indiciada por deformar o rosto de pacientes com a realização de procedimentos estéticos.
O que aconteceu
A dentista foi indiciada por crimes contra 21 pessoas. As denúncias incluem lesões corporais gravíssimas, infrações contra a saúde pública e contra as relações de consumo.
Hellen continua presa preventivamente. A defesa pediu a revogação da prisão, mas o pedido foi negado pela Jusitça.
Ao UOL, a defesa da dentista afirma que, dos 21 pacientes ouvidos no inquérito, só foram produzidos dois laudos de Auto de Corpo de Delito, que é a prova técnica para dar base às acusações impostas. "O primeiro deles não concluiu pela existência de lesão e o segundo apontou que a blefaroplastia foi feita por outra profissional", segundo os advogados.
Além de Hellen, outros três dentistas também foram indiciados. Eles vão responder por exercício ilegal da medicina e por crimes contra o consumidor.
Os nomes deles não foram divulgados e, por isso, o UOL não pode localizar as defesas. O espaço fica aberto para manifestações.
A prisão
A polícia chegou até as vítimas após apreender o celular da recepção da clínica. Isso aconteceu na primeira fase da investigação contra a dentista, quando ela foi autuada por infrações administrativas.
Hellen oferecia procedimentos proibidos. A dentista anunciava cirurgias plásticas proibidas pelo Conselho Federal de Odontologia por preços abaixo do mercado, informou a polícia.
Além de fazer as cirurgias em local inadequado, a mulher tratava pacientes que tinham o rosto deformado com descaso. A informação é de funcionários ouvidos pela polícia.
Pacientes narram "desespero". Em mensagens obtidas pela polícia, as pessoas pedem o dinheiro do procedimento de volta para tentar reparar a cirurgia com outros profissionais.
Cursos técnicos que custavam mais de R$ 10 mil. A investigação apontou que as aulas não são reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e que essa informação até estava no contrato oferecido aos alunos.
Na época da prisão, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) disse que não teve acesso ao caso e, por isso, não poderia comentar. O espaço continua aberto para manifestações.