Conteúdo publicado há 4 meses

Defesa de ex-marido de galerista morto nega que ele seja mandante do crime

A defesa de Daniel Sikkema, ex-marido do galerista Brent Sikkema, assassinado a facadas no mês passado no Rio de Janeiro, afirmou que as acusações de que ele seria o suposto mandante do crime não têm fundamentos legais.

O que aconteceu

Brent Sikkema foi morto com 18 facadas dentro da casa onde estava hospedado, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, em janeiro. O cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, foi apontado como suspeito de ter cometido o assassinato.

Inicialmente, Prevez negou envolvimento e disse que sequer conhecia o galerista. Depois, mudou de versão, confessou o crime e apontou Daniel Sikkema, ex-marido da vítima, como o mandante.

No último dia 2, a Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou Daniel Sikkema como autor intelectual do assassinato. A Justiça autorizou a prisão preventiva dele, que hoje está nos Estados Unidos.

Ao UOL, defesa diz que as suspeitas de que ele teria sido o mandante do crime "não têm fundamentos legais". A defesa é feita pelo escritório Fabiana Marques Advocacia e Consultoria.

É imperativo destacar que, apesar da proximidade e do relacionamento tanto profissional quanto pessoal entre Brent Sikkema e quem lhe tirou a vida, não há fundamentos legais que justifiquem as suspeitas lançadas sobre o Sr. Sikkema. A conjectura de seu envolvimento nesse ato horrendo reflete, lamentavelmente, os preconceitos estruturais ainda persistentes em nossa sociedade, especialmente contra membros da comunidade LGBTQIA+
Trecho da nota de defesa de Daniel Sikkema

Sobre o mandado de prisão preventiva, a defesa afirmou que Daniel ainda não foi convocado para oferecer nenhum esclarecimento à Justiça ou prestar depoimento. "A ausência de tal convocação sublinha uma preocupante falta de procedimento padrão, considerando a gravidade das acusações veiculadas", afirmou o escritório.

A defesa alega que Daniel se prontificou a passar por um interrogatório por e-mail, e que não havia registro de contato direto entre o ex-marido do galerista e Alejandro Prevez, acusado de cometer o crime. Segundo a advogada Fabiana Marques, a estratégia do cubano em acusar Daniel de ser o mandante visa garantir uma "sentença mais branda".

"A natureza do crime, marcada por indícios de passionalidade, demanda uma investigação meticulosa e isenta, que considere todas as possíveis vertentes sem recorrer a estigmatizações prejudiciais", disse a defesa de Daniel Sikkema.

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Brent criticou ex-marido antes de ser morto

Brent disse que ex o impedia de conviver com o filho. Em mensagem a um amigo, o galerista explica que o tribunal dos EUA deu a custódia do filho ao cubano. As mensagens foram obtidas pelo Fantástico.

Ele afirmou concordar com a decisão judicial. Brent diz que não conseguiria dedicar tanto tempo ao filho, já que viajava o tempo todo e por ter 75 anos.

Brent acusou ex de impedir contato dele com o filho. Nas palavras do galerista, Daniel "fazia de tudo para impedir" o adolescente de vê-lo, mesmo com a decisão da justiça.

Uma reportagem da Folha mostrou que o galerista e o ex-marido, que ficaram juntos por 15 anos, passavam por uma separação conturbada, com brigas por divórcio milionário e pelo filho. Na mensagem, o norte-americano ainda citou que essa situação é "cara e uma loucura" e que Daniel estaria interessado no "controle total".

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