Conteúdo publicado há 11 meses

Antes de ser morto no Rio, galerista criticou ex-marido em mensagem a amigo

Horas antes de ser morto no Rio, o galerista norte-americano Brent Sikkema criticou o ex-marido, o cubano Daniel Carrera, por impedi-lo de conviver com o filho. O relato foi encaminhado a amigo por mensagem no WhatsApp.

O que aconteceu

Custódia de filho foi dada ao ex-marido de Brent. Na mensagem, o galerista explica que o tribunal dos EUA deu a custódia do filho de 13 anos, do relacionamento dele com Daniel, ao cubano. Mas explicou que a justiça concedeu bastante tempo para Brent conviver com o garoto. As mensagens foram obtidas pelo Fantástico (TV Globo) com o amigo, que preferiu não se identificar.

Norte-americano disse ter concordado com decisão judicial. Ele explicou que não conseguiria dedicar tanto tempo ao filho, já que viajava o tempo todo e por ter 75 anos. Atualmente, Daniel vive com o adolescente em Nova York, nos EUA.

Brent acusou ex de impedir contato dele com o filho. Nas palavras do galerista, Daniel "fazia de tudo para impedir" o adolescente de vê-lo, mesmo com a decisão da justiça. Uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que o galerista e o ex-marido, que ficaram juntos por 15 anos, passavam por uma separação conturbada, com brigas por divórcio milionário e pelo filho.

Galerista deveria voltar ao tribunal dos EUA no dia 17 de janeiro. Na ocasião, Brent poderia relatar a situação vivida com o ex-marido e o filho. Na mensagem, o norte-americano ainda citou que essa situação é "cara e uma loucura" e que Daniel estaria interessado no "controle total".

Ex-marido de Brent lamentou morte nas redes sociais. Na sexta-feira (19), Daniel publicou fotos ao lado do ex-marido e escreveu: "Descanse em paz. Nosso filho e eu vamos lembrar de você para sempre"; e "Sempre lembraremos dos nossos momentos felizes". Procurado pela emissora, Daniel não se manifestou.

Polícia investiga possível relação de ex com o crime

O suspeito de matar o galerista, o cubano Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, conhecia o ex-marido da vítima, disse o delegado Alexandre Herdy.

"Agora é concentrar no esforço de ouvir [Daniel, ex-marido de Brent], trazê-lo para cá primeiro, para que ele chegue aqui, seja ouvido. É uma diligência importante, resta saber como executar", disse o delegado, em coletiva de imprensa na quinta-feira (18).

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Alejandro trabalhou para Brent e Daniel há cinco anos, em Cuba. Atuava como um "faz tudo" do então casal. Após se mudar para o Brasil, o suspeito esteve com o norte-americano por ao menos duas vezes, em julho e dezembro de 2023, no Rio. Apesar das indicações da polícia, Alejandro nega que conhecia Brent e que tenha matado o galerista.

Suspeito foi preso na quinta-feira (18). Ele tinha um mandado de prisão em aberto e foi detido entre as cidades mineiras de Uberaba e Uberlândia. Depois, foi transferido ao Rio. A audiência de custódia, para saber se houve irregularidades na prisão do cubano, ocorreu neste domingo (21).

Polícia ainda não sabe qual a motivação do crime. Porém, Herdy acredita que o assassinato foi motivado por questões financeiras e pelo interesse de Alejandro em ficar com os bens da vítima.

A reportagem tenta contato com a Defensoria Pública, responsável pela defesa de Alejandro.

O que se sabe sobre o caso?

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Brent foi morto com 18 facadas dentro da própria casa. A polícia acredita que ele tenha sido morto enquanto dormia.

Vídeo de câmera de segurança mostrou suspeito saindo da casa da vítima. O homem foi gravado deixando o local e tirando luvas, que teriam sido utilizadas no assassinato. A suspeita da polícia é de que ele tenha contado com ajuda de comparsas, pois teria passado mais de 12 horas de campana na frente da casa. Depois, teria deixado o local com reais e dólares.

O cubano mora em São Paulo há um ano e meio e teria ido ao Rio de Janeiro somente para cometer o crime, acredita a polícia. Depois, voltou a SP, devolveu o carro usado para ir ao Rio e comprou um veículo novo para fugir, de acordo com o delegado Herdy. Alejandro não teria parentes no Brasil.

Polícia acredita que o crime foi premeditado. "Foi uma ação premeditada e cruel. Ele esperou o melhor momento para entrar na casa da vítima. Não arrombou a porta. Ficou 15 minutos lá", afirmou o delegado Felipe Curi.

O crime é investigado pela polícia como latrocínio — roubo seguido de morte. O suspeito do crime roubou entre US$ 30 mil e US$ 40 mil (equivalente a R$ 197 mil), e mais R$ 30 mil. O homem também roubou joias e outros objetos da casa do galerista, segundo a polícia.

Brent tinha comprado um imóvel novo no Leblon. Segundo a polícia, usaria o dinheiro em espécie para mobiliar a nova casa.

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Suspeito é flagrado saindo da residência da vítima, tirando luvas e guardando-as no bolso da calça
Suspeito é flagrado saindo da residência da vítima, tirando luvas e guardando-as no bolso da calça Imagem: Reprodução/Gabriel

*Com Estadão Conteúdo

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