Mulher morre após fritar ovo: quando água e óleo quente causam explosão
Colaboração para o UOL*
28/02/2024 04h00
Uma mulher de 33 anos morreu em razão de um acidente doméstico ocorrido enquanto ela fritava um ovo. Sem querer, ela jogou um copo de água na panela que estava com óleo quente, fazendo com que as chamas subissem e a atingissem.
Entenda reação da água com óleo quente
O incêndio causado por óleo quente é um tipo de acidente comum em ambientes domésticos. Nesses casos, a principal regra é: nunca jogue água em óleo quente.
Pontos de ebulição diferentes. A água tem seu ponto de ebulição em 100° C, enquanto o óleo, se já está pegando fogo, certamente estará em uma temperatura maior.
Água e óleo não se misturam. Outro ponto importante é que a água é mais densa que o óleo e sempre "tenta" ficar por baixo da substância. Portanto, ao passar pelo óleo muito quente, a água pula do estado líquido para o gasoso e forma bolhas que sobem rapidamente causando uma explosão. Essa explosão leva junto o óleo quente.
Então, em caso de incêndios causados por óleo, o recomendável seria tapar a panela com um pano ou toalha umedecidos para abafar o fogo. Essa ação impede o contato com o oxigênio, extinguindo o fogo —que é causado pela combinação de três fatores: o combustível (material que queima), o comburente (oxigênio) e a energia de ativação (que inicia e alimenta essa reação).
O que fazer em caso de queimaduras
As queimaduras mais comuns são aquelas que ocorrem em ambiente doméstico, principalmente com água e o óleo quente. Ambas chegam a ser, geralmente, de segundo grau superficial.
Em qualquer tipo de queimadura, é importante interromper o processo. Por exemplo, quando há uma queimadura por água fervente, colocar água fria ajuda no processo e impede uma piora no caso.
Não use esses produtos em queimaduras: algumas crendices levam pacientes a usarem produtos que não vão melhorar a situação e que, inclusive, podem piorá-la. São eles: pasta de dente, álcool e manteiga.
É sempre recomendado ir ao hospital. No centro médico, a equipe observa se há a necessidade de curativos na região da queimadura, e se são necessários outros procedimentos posteriores. Em casos leves, após sete ou dez dias, o paciente já pode exercer todas as funções normais do membro afetado.
Em casos de acidentes graves, que envolvem também outras lesões além das queimaduras, é importante um tratamento pontual. Devido à perda de líquidos, é necessário reposição interna, feita de maneira intravenosa. Repor o líquido é fundamental para evitar uma infecção e, consequentemente, um agravamento da queimadura.
Na sequência, é observado o grau da queimadura. Existem quatro: de primeiro grau, segundo grau superficial, segundo grau profundo e terceiro grau. A de primeiro grau atinge apenas a epiderme e deixa uma vermelhidão. Um indício do segundo grau profundo é o surgimento de bolhas na pele —a partir dele, a derme e outras áreas do corpo como nervos e músculos começam a ser afetadas. A partir deste grau de lesão, o tratamento pode incluir o uso de tecidos sintéticos para cobertura da área queimada ou enxerto —uso de pele retirada de outras partes do corpo, como a coxa.
*Com reportagem publicada em 05/02/2024