PM mata mais três na Baixada Santista; ação do governo de SP soma 43 mortes
A Polícia Militar matou mais três pessoas na Baixada Santista. Com isso, a ação do governo Tarcísio de Freitas já contabiliza 43 mortes em pouco mais de um mês.
O que aconteceu
As duas operações da PM ocorreram em São Vicente (SP), em um intervalo inferior a 24 horas. Na primeira delas, duas pessoas foram baleadas e mortas em Sambaiatuba, ontem à tarde. Na outra, um homem foi morto na madrugada de hoje em Itararé.
Vídeos obtidos pelo UOL mostram o momento em que as duas vítimas foram socorridas. Em uma das imagens, um homem aparentemente atingido na cabeça aparece nas imagens enquanto é carregado pelos próprios moradores. A identidade deles ainda não foi confirmada. Após o episódio, um ônibus foi incendiado por manifestantes.
Suspeito de integrar o PCC. Em outra ação na madrugada de hoje, policiais militares balearam um suspeito de integrar a facção criminosa paulista, durante uma operação em Itararé.
Jeferson Roberto Romano teria atirado contra os agentes em meio a uma abordagem na porta da casa onde morava, segundo o boletim de ocorrência obtido pelo UOL. Em seguida, acabou sendo baleado, ainda de acordo com o registro. Conforme a versão da PM, ele estaria tramando uma ação contra os agentes em represália à morte de um traficante.
O que diz a Secretaria da Segurança Pública
SSP diz que os dois primeiros mortos foram socorridos com vida. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que os dois baleados foram socorridos com vida e levados ao hospital. As imagens obtidas pelo UOL, entretanto, mostram um ferimento a tiro na cabeça de um deles, retirado do local pelos próprios moradores.
Suspeitos atiraram quando estavam em fuga pela água, declarou a PM. A nota da SSP disse ainda que um terceiro suspeito conseguiu fugir. Segundo a pasta, uma pistola e drogas foram apreendidas no local.
Relatos de tortura e assassinatos
Ouvidoria das polícias elabora relatório denunciando ação da PM. A entidade irá enviar nos próximos dias o material ao Ministério Público e à Secretaria da Segurança Pública.
Um levantamento da Ouvidoria indica que ao menos 27 vítimas eram negras. Com base no relato de testemunhas, o órgão relata casos de abuso de autoridade, tortura, omissão de socorro e assassinatos no documento.
*Colaborou Josmar Jozino, colunista do UOL.
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