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Motorista de Porsche nega ter bebido e diz que estava acima da velocidade

Do UOL, em São Paulo

02/04/2024 12h50Atualizada em 02/04/2024 19h24

Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, motorista do Porsche que colidiu contra um Sandero e matou um motorista de aplicativo em ação flagrada em vídeo na madrugada de domingo (31) em São Paulo, negou ter consumido bebidas alcoólicas antes de dirigir, mas admitiu que estava acima da velocidade.

O que ele disse

Versão de Fernando de que estava em velocidade "um pouco acima do permitido" é contestada por testemunhas. Duas testemunhas do acidente disseram que o motorista do Porsche perdeu o controle do veículo após fazer uma ultrapassagem em alta velocidade.

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Motorista do Porsche não citou vítima fatal ao relatar acidente. Fernando Sastre de Andrade Filho disse em depoimento à Polícia Civil ao qual o UOL teve acesso que desmaiou após a colisão ocorrida na avenida Salim Farah Maluf, zona leste da capital paulista.

"Vi a luz de freio de um veículo à frente acender, tentei desviar e depois apaguei', relatou. Após retomar a consciência, Fernando disse que estava deitado em via pública e chegou a perguntar sobre o amigo, desmaiando novamente em seguida.

Condutor negou fuga e disse que foi retirado do local do acidente por sua mãe com autorização dos PMs. Ele disse que sentia "muitas dores", mas não especificou onde. Ao deixar o local, o condutor foi levado direto para a sua casa. Em nota, a defesa de Fernando já havia negado fuga do local do crime.

Fernando disse que tinha ido a um clube de poker antes da colisão. Ele negou ter consumido bebidas alcoólicas ou drogas, mas disse que seu amigo, no carona do Porsche no momento do acidente, havia bebido quando ambos jogavam cartas.

Condutor diz que mãe não o levou depois ao hospital porque estaria recebendo ameaças. A Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão temporária dele feito pela Polícia Civil, que investiga o caso.

Defesa diz ser "prematuro" julgar as causas do acidente. Os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos. "Todas as circunstâncias do acidente serão devidamente apuradas no curso da investigação, com a mais ampla colaboração de Fernando", diz a nota enviada pela defesa.

Não ingeri bebida alcoólica (...). Vi a luz de freio de um veículo à frente acender, tentei desviar e depois apaguei (...). Estava um pouco acima do limite de velocidade permitido (...). Estava sentindo muitas dores e fui retirado pela minha mãe com autorização dos policiais militares.
Fernando Sastre Andrade Filho, em depoimento

O indiciado [conduziu] seu veículo de alta potência em velocidade incompatível com a via e fugiu do local dos fatos, não realizando o teste de etilômetro.
Trecho de pedido de prisão temporária da Polícia Civil

O que se sabe sobre o caso

Testemunhas contaram à polícia que Fernando Andrade Filho fez uma ultrapassagem em alta velocidade. O limite da via é de 50 km/h. O Porsche 911 Carrera GTS ano 2023 é avaliado em R$ 1,3 milhão, segundo a tabela Fipe. De acordo com o boletim de ocorrência, o veículo não tem seguro. O automóvel tem velocidade máxima de 311 km/h e leva 3,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

PM apura possível erro de dois policiais que atenderam a ocorrência, que teriam permitido que o motorista que causou o acidente deixasse o local. A mãe de Fernando alegou que o levaria para tratar de um ferimento na boca após a colisão a um hospital a 14 quilômetros do local do acidente. A informação consta no boletim de ocorrência, ao qual o UOL teve acesso.

Os policiais foram ao hospital para colher o depoimento e fazer teste do bafômetro, mas foram informados de que ele não deu entrada em qualquer unidade da rede. A polícia foi até a casa da família e tentou contato com mãe e filho por telefone, mas sem sucesso.

O passageiro de 22 anos do Porsche ficou ferido. Ele foi encaminhado ao Hospital São Luiz do Tatuapé e não há informações sobre seu estado de saúde.

Condutor é de família de empresários do ramo imobiliário e cursou engenharia civil na Universidade Presbiteriana Mackenzie. A defesa dele afirmou que Fernando estava "em estado de choque".

Carro está registrado em nome de empresa do pai do motorista. O veículo consta como propriedade da F. Andrade, empresa cujo dono é Fernando Sastre de Andrade, pai do condutor. Aberta desde 1993, segundo a Receita Federal, a empresa atua no comércio de materiais de construção.

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