Pastor Felippe Valadão é indiciado após ataque a religiões africanas no RJ

O pastor Felippe Valadão foi indiciado ontem por intolerância religiosa após fazer comentários sobre religiões africanas durante um evento em Itaboraí (RJ).

O que aconteceu

O pastor da Igreja da Lagoinha foi acusado de disseminação de ódio religioso. Ele foi denunciado inicialmente pelo deputado Átila Nunes (PSD) por dizer que "Deus vai começar a salvar esses pais de santo que tem na cidade" e que "muito centro de umbanda seria fechado" no aniversário de 189 anos da cidade, que contou com apresentações de artistas gospel.

O vídeo do discurso do pastor, transmitido pelas redes sociais, causou revolta na comunidade umbandista e em seguidores de outras religiões de matriz africana. A gravação que circulou passou a ser investigada e analisada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

O UOL tenta localizar a defesa de Felippe Valadão e da prefeitura de Itaboraí. O espaço segue aberto para manifestação.

O inquérito policial sobre o caso foi concluído e encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Desde 2022, o líder religioso estava sendo investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Denúncias envolvendo a família

O cunhado de Felippe, André Valadão, já foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) por homofobia. A investigação foi aberta em agosto de 2023 para apurar falas do líder durante um culto transmitido.

André falava sobre ''valores cristãos'' e condenava o casamento homoafetivo. "Essa porta [casamento homoafetivo] foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a bíblia já condena. Então, agora é hora de tomar as cordas de volta, dizendo não, não, não. Pode parar, reseta.''

O pastor se defendeu dizendo que suas falas estão no contexto bíblico do livro de Gênesis. Ao citar a palavra resetar, Valadão afirmou que se referiu a "levar a humanidade de volta para Deus".

Deixe seu comentário

Só para assinantes