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Resgate emocionante: relação dos gaúchos com cavalos é antiga e simbólica

TV flagrou cavalo ilhado no RS Imagem: Reprodução/GloboNews

Colaboração para o UOL

10/05/2024 12h54

O Rio Grande do Sul já contabilizou o resgate de mais de 20 mil animais até o momento, segundo a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. Um deles, porém, emocionou o país inteiro: o do cavalo Caramelo.

O animal, que foi localizado em cima de um telhado em meio às enchentes em Canoas, foi resgatado na manhã de ontem (9), de bote. Personalidades como Felipe Neto e Whindersson Nunes se mobilizaram para tirá-lo daquela situação. A mobilização para salvar o equino mostra na prática a relação histórica do povo gaúcho com cavalos.

Entenda a relação dos gaúchos com cavalos

O cavalo faz parte da identidade cultural do gaúcho. Segundo reportagem da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), mesmo que nem todo gaúcho conviva com o animal nos dias de hoje, "o cavalo está ligado à figura do gaúcho de uma maneira indissociável".

"Traço de união entre os povos". Já de acordo com o site do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho), que tem um cavalo em seu brazão, o animal "representa a liberdade e é o traço de união entre os povos".

Nico Fagundes, cantor e compositor tradicionalista que morreu em 2015, escreveu uma poesia retratando a importância do cavalo para a identidade gaúcha. No verso, é possível compreender que o homem, quando está sobre o cavalo, fica mais alto e mais próximo dos céus.

De a cavalo lá na Serra, eu tô mais perto de Deus, até os pássaros são meus.
Nico Fagundes

Os primeiros cavalos chegaram ao Rio Grande do Sul no século 16, trazidos por padres jesuítas espanhóis, ainda segundo a UFRGS. Logo os animais foram adotados pelos indígenas missioneiros para transporte, caça e agricultura.

Conforme foi sendo criada a identidade gaúcha, o cavalo, que se adaptou facilmente à geografia do estado, foi adotado. Naquela época, o animal "era a melhor maneira de transporte para os pampas, ótimo para se lidar com gado e útil para as frequentes batalhas e disputas territoriais no estado", reforça a universidade.

Atualmente, o cavalo perdeu a sua função bélica, mas ainda é usado para transporte e trabalho, além de ter adquirido funções mais recreativas, como o salto e a corrida.

Desde 2002, o cavalo crioulo é o animal-símbolo do Rio Grande do Sul. Ele é considerado patrimônio cultural, assim como o quero-quero, ave de médio a pequeno porte. Na época, uma das justificativas usadas para sancionar a lei era que o Rio Grande do Sul possuía 86,41% dos equinos da raça no Brasil.

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