Estudo internacional associa chuvas no RS a mudanças climáticas
Estudo publicado na sexta-feira (10) por um consórcio de cientistas aponta que as mudanças climáticas provocadas pelo ser humano são a principal causa para as chuvas extremas no Rio Grande do Sul.
O que aconteceu
Levantamento feito por pesquisadores de cinco universidades da Europa e dos EUA analisou o padrão histórico de eventos meteorológicos na região desde 1979. O estudo comparou os padrões de eventos registrados de 2001 a 2023 com os ocorridos de 1079 a 2001 e constatou que fenômenos como o El Niño não explicam a chuva anormal que atingiu o Rio Grande do Sul.
"Embora o El Niño possa ter favorecido a forte precipitação, não explica as mudanças associadas a este evento quando se comparam os períodos passado e presente. Interpretamos as enchentes no Brasil como um evento cujas características locais podem ser atribuídas principalmente às mudanças climáticas provocadas pelo homem"
O levantamento foi feito pela iniciativa ClimaMeter, um projeto de investigação cientifica financiado pela União Europeia e pelo Centro Nacional de Investigação Científica da França. O estudo ainda alerta que um clima mais quente pode levar a cheias e secas mais intensas na América do Sul.
Porto Alegre registrou aumento de 15% nas precipitações. A análise do padrão histórico aponta ainda que as regiões de Porto Alegre, Caxias do Sul e São Leopoldo, por exemplo, apresentaram um aumento de 15% na precipitação se comparado com o passado, entre 1979 e 2001 .
Levantamento e metodologia estão disponíveis na internet. A íntegra do estudo e a metodologia utilizada para fazer as comparações está disponível no site da plataforma ClimaMeter.
RS tem 340 mil desalojados
Número de afetados pelos temporais no Rio Grande do Sul é de 1.951.402. Ao menos 339.928 pessoas ficaram desalojadas e 71.398 estão em abrigos. A última atualização foi divulgada na manhã deste sábado (11) pela Defesa Civil.
Dos 497 municípios gaúchos, 444 sofreram alguma consequência dos temporais. As cidades atingidas no estado representam mais de 88% do total.
A Defesa Civil também informou que é de 136 o número de óbitos confirmados. Veja aqui quem foram as vítimas identificadas até o momento. Já são 141 desaparecidos e 756 feridos, segundo o boletim da Defesa Civil Estadual.
74.153 pessoas foram resgatadas. Já o número de animais salvos chegou a 10.348. O órgão ainda divulgou que o efetivo que trabalha na tragédia é de 27.589 pessoas, com 4.398 viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações.
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