Ventos trazem frio, Guaíba tem ondas e moradores precisam sair de casas
A subida de nível da água e os fortes ventos que atingem Porto Alegre nesta terça-feira (14) criam ondas no Guaíba. Na noite desta segunda, um bairro foi parcialmente evacuado na capital.
O que aconteceu
A medição das 20h desta terça-feira (14) mostra água com 5,24 metros de altura. O número é mais de dois metros acima da cota de inundação da cidade.
As ondas são causadas por um vento sul, que também trouxe o frio para o estado. Nesta manhã, fazia 11ºC em Porto Alegre.
Previsão é de que medição da água ultrapasse a semana anterior e bata novo recorde. A Defesa Civil e especialistas da UFRGS esperam que o nível da água chegue a 5,5 metros, aquele que deve ser o maior número já medido.
Moradores foram orientados a sair de casa no bairro Lami, no extremo sul de Porto Alegre. A Brigada Militar ajudou a retirar pelo menos 30 pessoas do local e elas foram encaminhadas ao Clube Lajeado, segundo o órgão. Nem todos os moradores aceitaram deixar as residências.
Prefeitura afirma que retirada de moradores foi "ação pontual". Em nota, a Defesa Civil Municipal afirmou que não houve evacuação do bairro e que a operação foi para retirada de pessoas de áreas alagadas.
Prefeitura faz barricada em torno do Guaíba
Barricadas de areias na usina do gasômetro. A prefeitura instalou duas barreiras improvisada com sacos de areia para tentar evitar que casas de bombas na avenida Duque de Caxias e na Usina do Gasômetro sejam atingidas pela água.
No momento, há três alertas do Instituto Nacional de Meteorologia para o RS. Dois deles são de perigo potencial, para geada e ventos costeiros. O terceiro é de perigo por declínio acentuado de temperatura (quando os termômetros baixam mais de 5ºC em um dia).
São Leopoldo (RS) está com 100 mil pessoas fora de suas casas. O aumento no nível das águas no Rio dos Sinos voltou a deixar em alerta cidades que ficam localizadas nas imediações do rio.
Novo Hamburgo em alerta para inundações. O município, ao lado do Rio dos Sinos, pediu que moradores retirados de áreas de risco não voltem para casa. Moradores de três bairros da cidade também foram orientados do risco de deslizamento pelo solo encharcado. A medição do rio na cidade chegou a 7,5 metros na noite da segunda, segundo a prefeitura.
Pelotas decreta calamidade pública. Decreto foi assinado na tarde da segunda e permite que município acesse recursos de assistência e recuperação. As aulas foram suspensas até o dia 20 de maio na cidade, que evacuou 24 bairros diante da previsão de que o canal São Gonçalo ultrapasse o maior nível já registrado.
Porto Alegre monta hospital de campanha. Cidade afirmou que vai abrir unidade direcionada às vítimas da chuva para poder desafogar outras estruturas públicas de saúde. A previsão é de 200 atendimentos por dia, mas não há prazo para início das atividades.
Estado tem 148 mortes confirmadas
Além dos óbitos, há 124 desaparecidos e 806 pessoas feridas. A informação é de boletim publicado pela Defesa Civil na noite da segunda.
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