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MP denuncia influenciadora que associou tragédia no RS à 'macumba'

Do UOL, em São Paulo

18/05/2024 10h14

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou na última sexta-feira (17) a influenciadora Michele Dias Abreu, 43, por intolerância religiosa. No começo do mês, a mulher associou a tragédia climática no Rio Grande do Sul a religiões de matriz africana.

O que aconteceu

Michele, que também é empresária, é mineira de Governador Valadares. Ela foi denunciada por "incitação de intolerância religiosa por meio de publicação em rede social", informa o MP em nota.

A declaração foi publicada em um vídeo no dia 5 de maio. Ela tem quase de 32 mil seguidores, mas seu vídeo foi compartilhado em diversos perfis e passou de 3 milhões de visualizações.

O estado do Rio Grande do Sul é um dos estados com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando sobre algo que ia acontecer no Rio Grande do Sul, devido à ira de Deus.
Michele Dias Abreu, em vídeo no dia 5 de maio

Michele foi preconceituosa e induziu milhares à discriminação, diz o MP. A promotora Ana Bárbara Canedo Oliveira pede na denúncia que a mulher seja proibida de sair do Brasil sem autorização judicial e de fazer novas postagens sobre religiões de matriz africana ou com conteúdos falsos relacionados à tragédia.

Depois da polêmica, a influenciadora tornou privada suas redes sociais. O UOL não conseguiu contato com a empresária até a publicação deste texto.

Até 5 anos de cadeia

Uma lei sancionada pelo presidente Lula (PT) em 2023 aumentou a pena por intolerância religiosa. Se condenada, ele pode ficar de dois a cinco anos na cadeia, além de pagar multa.

As religiões de matriz africana são o principal alvo de preconceito de crença no Brasil. Em 2022, foram 1.200 ataques, segundo o Ministério dos Direitos Humanos: aumento de 45% em relação a 2020.

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