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Após réu contrair dengue, júri da morte de ciclista será em janeiro de 2025

O Tribunal de Justiça de São Paulo adiou para 23 de janeiro de 2025 o julgamento do empresário José Maria da Costa Júnior, acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em novembro de 2020.

O que aconteceu

Julgamento estava previsto para acontecer nesta quinta-feira (20). O júri foi adiado após a defesa do empresário apresentar um atestado médico dizendo que o réu contraiu dengue. Os advogados do réu informaram à Justiça que José Maria foi diagnosticado com dengue na terça-feira (18) e que precisará passar cerca de uma semana em repouso, o que o impossibilitou de comparecer ao tribunal.

Familiares e amigos de Marina fizeram manifestação em frente ao Fórum da Barra Funda nesta quinta-feira (20). Eles levaram faixas, cartazes e fotos da ciclista com pedidos de celeridade no julgamento do empresário e cobraram por justiça.

"Esse julgamento não é apenas sobre a vida da minha filha", disse a mãe da vítima. "É sobre as vidas das centenas de pessoas que morrem no trânsito todos os dias. Enquanto o autor dessa barbaridade continua levando sua vida, nós vivemos a ansiedade de esperar por justiça para Marina", destacou Maria Cláudia Kohler.

José Maria responde ao crime em liberdade. O Ministério Público de São Paulo disse ter requisitado o teste de sorologia para Santa Casa na cidade de Socorro, onde o réu foi atendido, para comprovar o diagnóstico de dengue.

Relembre o caso

José Maria da Costa Júnior foi denunciado por atropelar e matar a ciclista e socióloga Marina Kohler Harkot. A vítima tinha 28 anos na época do ocorrido, em 8 de novembro de 2020.

Na ocasião, o empresário fugiu sem prestar socorro à vítima. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, ele estava sob influência de álcool no momento do acidente. Em entrevista ao Fantástico na época do ocorrido, o réu admitiu que tinha ido a um bar naquele dia, mas negou que tivesse bebido.

MP-SP alega que empresário, além de estar alcoolizado, dirigia em alta velocidade. Para a defesa do réu, a investigação não conseguiu comprovar que José Maria tenha bebido naquele dia ou que tenha dirigido em velocidade acima do permitido.

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Cicloativista havia pelo menos oito anos, Marina era cientista social pela USP (Universidade de São Paulo), ativista feminista e pesquisadora de mobilidade urbana. Em 2018, concluiu um mestrado pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) com a dissertação de título "A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo".

Marina era pesquisadora colaboradora do LabCidade (Laboratórios do Espaço Público e Direito à Cidade), ligado à FAU. Ela tinha em curso uma pesquisa de doutorado, também pela FAU, em que estudava a segregação socioterritorial a partir de abordagens de gênero, raça e sexualidade.

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