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Mulher encontra pinguim no RJ e alerta sobre resgate: 'Queriam dar pão'

Uma mulher encontrou um pinguim em Copacabana, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (17). Ela postou um vídeo nesta sexta-feira (19) contando sobre o resgate e alertando sobre a importância de seguir as recomendações para lidar com estes animais.

O que aconteceu

Pinguim parecia estar exausto. Fernanda Tamara explicou em um vídeo que estava andando de bicicleta quando avistou um homem carregando o animal no colo. Ao se aproximar, percebeu que o pinguim estava quieto, aparentando cansaço e fragilidade.

Pessoas sugeriam dar comida ao pinguim ou levá-lo para casa. Muitas pessoas se aproximaram do homem que carregava o animal e tentaram, de maneira incorreta, ajudar no resgate. "Estava a maior confusão, muitas pessoas se metendo, tinha gente querendo dar pão para o pinguim, pessoas querendo dar água, gente falando que ia levar o pinguim para casa e deixar no gelo", contou Fernanda.

Mulher pesquisou sobre procedimentos corretos e ligou para o resgate. O homem que segurava o pinguim precisou ir embora e Fernanda assumiu a guarda do animal. Ela pesquisou na internet e viu que as sugestões das pessoas não eram recomendadas pelos especialistas. Fernanda ligou para o resgate e aguardou a chegada dos socorristas. Durante a espera, gravou um vídeo abraçada com o animal, que repercutiu nas redes sociais.

Pinguim foi resgatado e foi apelidado de Glorinha. O animal foi levado para a reabilitação, porque estava muito cansado, e provavelmente voltará para a natureza, segundo Fernanda. Ela explicou que o pinguim recebeu o nome de Glorinha quando passou a fazer parte do sistema de monitoramento da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Nessa época do ano, os animais vêm de outros países em busca de alimento e águas mais quentes. Popularmente conhecidos como pinguins-de-magalhães, estes animais vêm das Ilhas Malvinas, Argentina e Chile. Desde maio, 475 pinguins vivos e mortos foram encontrados no litoral do Rio de Janeiro, segundo o Monitoramento de Praias da Bacia de Santos.

Pinguins chegam debilitados ao Brasil. "Constatamos que os pinguins que chegam aqui, em sua grande maioria, são animais jovens e, por ser a primeira migração, eles se perdem do grupo. Muitos chegam debilitados, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no percurso" explicou o oceanólogo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta.

Recomendações ao encontrar pinguins

Especialistas devem ser acionados para o resgate do animal. No Rio de Janeiro, a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) pode ser acionada pelo número 0800-999-5151. Também é recomendado enviar para a equipe imagem e local exato onde o animal se encontra.

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Pinguim não deve ser colocado no gelo em hipótese alguma. "É necessário que o pinguim seja mantido aquecido, envolto por toalha, na sombra e longe de pessoas e outros animais que estejam no local", esclareceu a bióloga Suellem Santiago.

Pessoas devem evitar tocar nos animais. É preciso manter distância para evitar estresses ou ferimentos adicionais. O Instituto Argonauta também pede para a população não manusear carcaças.

Não é recomendado movimentar os pinguins. Se o pinguim estiver nadando, os banhistas devem evitar se aproximar. Se o animal estiver na areia, não se deve devolvê-lo ao mar.

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