Conteúdo publicado há 7 meses

Caso brigadeirão: Namorada e cigana se tornam rés por morte de empresário

A Justiça do Rio aceitou denúncia e tornou rés Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak pela morte do empresário Luiz Marcelo Ormond. Ele foi envenenado com um brigadeirão.

O que aconteceu

Juíza diz que provas evidenciam que Júlia e Suyany "estavam unidas no intuito de eliminar a vida da vítima, tendo por fim usufruir de seus bens". A titular da 4ª Vara Criminal, Lúcia Mothe Glioche, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio.

Na decisão, juíza diz que a dupla agiu de forma calculada e fria. Júlia ficou no apartamento com o corpo de Luiz Marcelo por dias. Câmeras de segurança mostram que ela chegou a sair de casa para ir à academia após o crime.

Luiz Marcelo morreu após comer um brigadeirão oferecido pela namorada Júlia em 17 de maio. Ele só foi encontrado no dia 20 após vizinhos sentirem um cheiro forte vindo do apartamento e acionarem a polícia. O corpo estava em estado avançado de decomposição.

A cigana Suyany é considerada mentora do crime. Elas são investigadas por homicídio, associação criminosa e falsidade ideológica. As duas estão presas no Rio.

Os depoimentos colhidos na fase de inquérito policial evidenciam que as denunciadas estavam unidas no intuito de eliminar a vida da vítima, tendo por fim usufruir de seus bens, praticando atos dissimulados ao longo do tempo que antecedeu ao crime, agindo com atuação calculada e fria, a revelar a periculosidade acima do padrão normal da vida urbana, tornando a custódia necessária para a garantia da ordem pública que se demonstrou abalada com a prática do crime.
Trecho da decisão da juíza Lúcia Mothe Glioche, titular da 4ª Vara Criminal

Em nota, o advogado Etevaldo Tedeschi, que defende Suyany, afirmou que será a primeira oportunidade de contrapor a acusação. "A partir dessa fase processual inicia-se o prazo de 10 dias para a defesa apresentar resposta criminal sendo esta a primeira oportunidade da defesa se contrapor a acusação".

A defesa de Júlia diz que irá solicitar imagens de câmeras de segurança e análise das amostras do fígado da vítima. Em nota, as advogadas Hortência Menezes e Flávia Fróes dizem que as imagens da área de lazer do prédio "provarão que o prato trazido no elevador continha petiscos consumidos pelo casal". Segundo a defesa, as amostras colhidas na necropsia poderão "esclarecer se houve realmente uma superdosagem de clonazepam e de morfina".

Empresário escreveu carta para Júlia dias antes da morte

Luiz Marcelo escreveu uma carta à mão com elogias para Júlia dias antes de ser morto. Na carta, ele diz que teve a "felicidade" de conhecer uma "menina extremamente linda, uma flor encantadora, com senso de humor incrível e com uma personalidade ímpar" em 2013. Na época, segundo o empresário, a mulher estava "perdida, sem perspectiva, sem objetivo" e precisava de alguém que a direcionasse.

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Não sei se é prematuro, mas já estamos dando os primeiros passos para dividirmos uma vida e ficarmos juntos. Sempre respeitei, respeito e respeitarei suas vontades, mas desejo com toda sinceridade formar uma família linda com você, ser pai dos seus filhos e te fazer a mulher mais feliz da galáxia. Parabéns pelo carro de presente. Faça bom proveito, eu te amo.
Carta que teria sido escrita por Luiz Marcelo

A polícia acredita que a última frase da carta, onde o carro é destinado para Júlia, tem a letra diferente do resto do texto. A investigação deve acionar a perícia grafotécnica para verificar se a carta toda foi realmente escrita por Luiz Marcelo ou se houve a interferência da psicóloga. Os policiais analisam esse cenário porque acreditam que o plano da psicóloga era obter os bens do companheiro para ela.

Quando estava foragida, Júlia enviou uma carta a outro namorado. No texto, como mostrou o UOL, a psicóloga disse que estava sendo ameaçada de morte e que sofria lavagem cerebral. Segundo a Polícia Civil, ela se referia à "conselheira espiritual" Suyany Breschak apontada pela investigação como mandante do crime.

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