Conteúdo publicado há 5 meses

Caso brigadeirão: Vítima falou em formar família em carta à namorada; leia

O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond teria escrito uma carta à mão com elogios à namorada, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, dias antes de ser encontrado morto no próprio apartamento no Rio de Janeiro. A suspeita é de que a companheira tenha matado a vítima com um brigadeirão envenenado.

O que aconteceu

Carta obtida pelo UOL tem a data de 12 de maio de 2024. Porém, o mês — descrito como "05" — aparenta estar modificado. Se direcionando à "Jujubinha", Luiz Marcelo afirma que teve a "felicidade" de conhecer uma "menina extremamente linda, uma flor encantadora, com senso de humor incrível e com uma personalidade ímpar" em 2013. Na época, segundo o empresário, a mulher estava "perdida, sem perspectiva, sem objetivo" e precisava de alguém que a direcionasse.

Empresário declarou que teve o "prazer de acompanhá-la por quatro anos", contribuindo com o desenvolvimento dela. Segundo Luiz Marcelo, a companheira se transformou de uma "menina para moça e, posteriormente, para uma linda mulher". Ele cita que eles se afastaram por cinco anos, talvez, por "imaturidade, insegurança ou falta de paciência". Apesar disso, o homem acrescentou que não havia um único dia em que ele não pensasse nela.

Homem diz que reencontro deles, em 2022, foi "obra do destino". Na época, continua Luiz Marcelo, Júlia estava "muito mais bela, madura, segura de si, inteligente e com uma personalidade já madura e formada". O empresário ainda escreveu que o tempo de afastamento o ajudou a ter certeza do sentimento desenvolvido por ela: "Desta vez, decidi lutar com todas as minhas forças por essa paixão e nunca mais deixá-la partir".

Não sei se é prematuro, mas já estamos dando os primeiros passos para dividirmos uma vida e ficarmos juntos. Sempre respeitei, respeito e respeitarei suas vontades, mas desejo com toda sinceridade formar uma família linda com você, ser pai dos seus filhos e te fazer a mulher mais feliz da galáxia. Parabéns pelo carro de presente. Faça bom proveito, eu te amo.
Carta que teria sido escrita por Luiz Marcelo

O UOL apurou que a polícia acredita que a última frase da carta, onde o carro é destinado para Júlia, tem a letra diferente do resto do texto. A apuração deve acionar a perícia grafotécnica para verificar se a carta toda foi realmente escrita por Luiz Marcelo ou se houve a interferência da psicóloga. Os policiais analisam esse cenário porque acreditam que o plano da psicóloga era obter os bens do companheiro para ela.

Quando estava foragida, Júlia enviou uma carta a outro namorado. No texto, como mostrou o UOL, a psicóloga disse que estava sendo ameaçada de morte e que sofria lavagem cerebral. Segundo a Polícia Civil, ela se referia à "conselheira espiritual" Suyany Breschak apontada pela investigação como mandante do crime.

Relembre o caso

Luiz Marcelo foi encontrado morto no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia. Segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal), o empresário morreu de três a seis dias antes de o corpo ser encontrado. A causa da morte foi inconclusiva, mas a polícia suspeita de envenenamento.

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Empresário havia sido visto pela última vez em 17 de maio. Câmeras de segurança registraram o momento em que Luiz Marcelo e Júlia deixaram a piscina e entraram no elevador. As imagens mostram que ele segura um prato e ela, uma cerveja. Em determinado momento, eles se beijaram.

Conselheira espiritual de Júlia foi detida em Cabo Frio (RJ). Suyany Breschak contou à polícia que Júlia matou Luiz Marcelo com um brigadeirão envenenado. Ela, que também teria ajudado Júlia a vender alguns bens da vítima, ainda acusou a suspeita de ser garota de programa e manter um relacionamento com outro homem, além de Luiz Marcelo.

Delegado diz acreditar que Suyany foi a mandante do crime. "Porque a Suyany tinha um poder muito grande de influência sobre a Júlia. A própria Suyany se denominava mentora espiritual da Júlia", afirmou ao Fantástico, da TV Globo, o delegado Marcos Buss, responsável pela investigação. Na semana passada, ao UOL, Buss já havia dito que a versão apresentada pela "cigana" foi desmentida por testemunhas ouvidas na quinta-feira (6).

Júlia se entregou à polícia na noite do último dia 4. Na delegacia, a suspeita conversou com a mãe, com o padrasto e com a advogada Hortência Menezes, que disse que a psicóloga "está assustada, mas vai colaborar" com a polícia.

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