MP-SP emite parecer contrário à ida de Cristian Cravinhos ao regime aberto
MP-SP (Ministério Público de São Paulo) emitiu nesta terça-feira (13) parecer contrário à progressão de pena de Cristian Cravinhos para o regime aberto.
O que aconteceu
O promotor de Justiça Alexandre Mafetano se manifestou contra a progressão. Cristian Cravinhos foi preso em 2002 e condenado em 2006 a 38 anos de prisão por participar da morte de Manfred e Marísia Von Richthofen.
O condenado está preso em Tremembé, na penintenciária P2. Cristian está no regime semiaberto e tenta a progressão do regime para aberto na Justiça de São Paulo. Agora, a concessão dependerá da decisão do Juízo. O UOL tenta contato com a defesa do preso.
Promotor apontou para faltas disciplinares de Cristian. Conforme o parecer, a decisão contraria ao regime aberto do condenado foi influenciada por seu histórico, que conta com três faltas disciplinares, sendo duas de natureza grave e uma de natureza média.
Segundo o parecer, o histórico de Cristian "deixa dúvidas sobre a sua aptidão para experimentar regime mais brando". "Bem como sobre a sua consciência social e moral, além de precisar amadurecer e conscientizar-se sobre seus atos, conseguindo, sobretudo, ter percepção da gravidade dos mesmos", completa o documento.
Promotoria fez a requisição de teste psicológico, caso haja discordância por parte do Juízo do parecer. Chamado de teste de Rorschach, a ferramenta é utilizada por profissionais da psicologia para interpretar informações sobre a personalidade de uma pessoa. Durante o teste, a pessoa olha para manchas de tinta e descreve o que vê nelas.
Cristian Cravinhos é autor de crimes graves como homicídio qualificado e corrupção ativa. Ele foi condenado por participar, junto ao irmão Daniel Cravinhos e Suzane Von Richthofen, do assassinato de Manfred e Marísia Von Richthofen em 2002. À época o crime abalou o Brasil, por contar com requintes de crueldade. O casal foi morto em casa a pauladas e o crime foi amplamente repercutido.
MP-SP havia pedido exame criminológico
Em maio deste ano, após a defesa de Cristian requisitar o regime aberto, o MP-SP pediu exame criminológico. O órgão, através do mesmo promotor, apresentou questionamentos como: "Cristian está apto para um regime mais brando que o atual?; ele tem consciência do crime que cometeu?; o condenado se arrepende do que fez?; é possível que ele consiga se ressocializar?; Cristian demonstra sinais de inadaptação, como agressão?".
Laudo criminológico foi favorável para Cristian. O documento apontou que o detento não usou drogas desde que foi preso, mesmo tendo histórico de uso. Além disso, foi frisado que ele foi inserido às normas morais sociais, de educação e afeto, apontando para um "bom convívio". Foi pontuado, também, que o condenado quer voltar a conviver com a mãe e com a filha.
Ele chegou a ter o benefício do regime aberto em 2017, mas voltou a ser preso em 2018. Ele foi acusado de agredir a ex-mulher, portar arma de fogo e tentar subornar policiais.
Suzane e Daniel estão em regime aberto
Suzane foi ao regime aberto em janeiro de 2023. Ela foi condenada a 39 anos, hoje estando em regime aberto e levando uma vida pacata no interior de São Paulo — ela se casou, teve uma filha e está frequentando a faculdade.
Daniel foi condenado a 38 anos e 11 meses. O ex-namorado de Suzane teve direito concedido para regime aberto em 2018 e hoje trabalha em uma oficina de motos. Sua progressão aconteceu após boa conduta na cadeia e trabalhar na confecção de cadeiras e mesas utilizadas em escolas públicas.
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