Lessa se emociona ao falar de filha durante audiência: 'Menti para ela'
O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, se emocionou enquanto falava sobre a filha durante audiência virtual promovida pelo STF nesta quarta-feira (28).
O que aconteceu
Ele disse que mentiu para a filha sobre o crime durante cinco anos e meio. "Ela vinha me visitar. Quando falei para ela 'foi o papai, sim', ela começou a chorar, eu chorei junto", afirmou para uma das advogadas das famílias das vítimas.
Ronnie Lessa participa de audiência virtual pelo segundo dia seguido. A PGR começou a série de perguntas ao assassino confesso, e agora os advogados das famílias das vítimas seguem com os questionamentos.
O depoimento faz parte de uma série de audiências de instrução. As sessões foram iniciadas no último dia 12, no âmbito da ação penal sobre as mortes.
'Náusea' de Rivaldo Barbosa
Mais cedo, o ex-policial disse ter ficado com "náusea" quando viu o delegado Rivaldo Barbosa, também preso pelo crime, abraçando a mãe da parlamentar após o crime.
Lessa classificou Rivaldo como um "verdadeiro artista". "Eu atirei na Marielle, mas no dia seguinte não tinha fome e vi o Rivaldo abraçando a mãe da Marielle. Aquilo causou náusea em mim, que atirou", disse.
"Ele é a personificação da indiferença, do mal", afirmou o ex-policial. "Ele conseguiu causar náusea no cara que matou a Marielle. Não acreditei quando o vi abraçar a mãe da Marielle. O Macalé [ex-policial suspeito de ter participado do crime] falou 'cruz credo'", acrescentou.
Lessa ainda reforçou que ele e o ex-PM Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé, ganhariam R$ 25 milhões pelo crime. "Era no assassinato da Marielle que a gente ficaria milionário: eu colocaria R$ 25 milhões no bolso e o Macalé [colocaria] outros R$ 25 milhões", declarou o assassino confesso.
Irmãos Brazão pagaram propina a Rivaldo para atrapalhar a investigação e assegurar impunidade pelo crime. Segundo Lessa, Chiquinho e Domingos Brazão, apontados como mandantes do crime, teriam combinado com o então chefe da Polícia Civil do Rio para que ele ajudasse a embaralhar as investigações do assassinato. Não foi informado quanto Barbosa teria recebido pela participação no crime.
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