Influencers que promoviam Jogo do Tigrinho em AL fazem acordo de R$ 2,7 mi

Cinco influenciadores digitais investigados pela Polícia Civil de Alagoas por promoverem irregularmente o "Jogo do Tigrinho" fizeram um acordo e vão pagar, ao todo, cerca de R$ 2,7 milhões.

O que aconteceu

Esse valor inclui pagamento de multa ao Estado e ressarcimento às vítimas. "O acordo resultou no pagamento de multa ao Estado, por meio de doação de bens e equipamentos e construção de uma sede para a Delegacia de Estelionatos em Maceió, recentemente criada pelo governo do Estado", disse o delegado Lucimerio Campos, nesta sexta-feira (18).

Os influenciadores fizeram acordo de colaboração premiada com a PC-AL, o que levou ao pagamento da multa e fim da investigação. "Essa primeira fase, ela está sendo encerrada com um resultado prático muito imediato e muito mais producente para as pessoas, para o Estado, do que esperar uma sentença ao final e depois de anos em que os bens iam estar deteriorados", avaliou Campos em entrevista ao colunista do UOL Carlos Madeiro.

A Polícia Civil de Alagoas ainda avalia a possibilidade de deflagrar uma segunda fase da Operação Game Over. Os policiais revelaram um esquema que envolvia a promoção ilegal de jogos por meio de plataformas digitais, utilizando "Contas Demonstração" que simulavam apostas reais, mas tinham o objetivo de captar apostadores de forma irregular.

O casal de influenciadores Paulinha e Ygor Ferreira, dois dos alvos da investigação, comemoraram o acordo nas redes sociais. "A vitória chegou", escreveram em um post, acompanhado de um vídeo ostentando carros de luxo. Os outros influencers investigados são Renata Talles, Mylena Verolayne Santos Correia da Silva e Williams dos Santos Correia Júnior.

Conta viciada

Prints revelados pelo colunista do UOL Carlos Madeiro, em junho, mostram que os influenciadores recebiam uma conta diferenciada dos demais usuários das plataformas. O sistema dava acesso a uma aposta que era viciada em ganhar, segundo a polícia.

Eles mostram que, ao fecharem o negócio, os influenciadores eram informados de que receberiam dois links. "Essa é uma conta demo com mil moedas de ouro", diz um intermediador, ao informar um dos influencers sobre como ele deveria acessar.

Na prática, os influencers recebiam um link para uma conta de demonstração, chamada "demo", que era programada de forma diferente para sempre ganhar. Para o usuário normal, o link era outro, o da plataforma normal, em que sempre havia perdas.

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Para a polícia, os influenciadores estariam enganando seus seguidores. "Os próprios advogados deles faziam lives falando sobre isso, dizendo que não podem divulgar essa conta demo, que ela é proibida. Então, você está enganando os seus seguidores", disse, à época, o delegado Lucimério Campos.

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