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Florianópolis: um dia após ataques e incêndios, 14 pessoas foram presas

Um dia após a ação criminosa de facções em Florianópolis neste sábado (19), a Polícia Civil prendeu 14 pessoas ligadas aos incêndios e barricadas no município, e uma morreu. Investigação busca outros responsáveis.

O que aconteceu

Fábio Graff, secretário de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina, confirmou a prisão de 14 pessoas. Duas delas estão hospitalizadas, e outra pessoa envolvida na ação criminosa morreu durante confronto com a PM. Segundo ele, a situação em Florianópolis "está absolutamente sob controle".

Ainda não há confirmação do número total de envolvidos, mas a Polícia Civil segue apurando. Agentes estão nos locais afetados buscando imagens de câmeras e ouvindo testemunhas para identificar os autores. "Agora, a Draco instaurou um inquérito policial com o objetivo de prender todos esses indivíduos que não foram presos na oportunidade", disse Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil.

No sábado (19), Gabriel classificou a ação como "algo pontual". "Não identificamos 'salve' dentro de presídios para que isso acontecesse hoje. Foi algo pontual, e vândalos que seriam simpatizantes e membros de organizações resolveram criar artifícios para tirar a atenção de uma ação policial no norte da ilha", afirmou.

O delegado disse que um inquérito foi aberto para investigar o caso. A Draco/Deic (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Diretoria Estadual de Investigações Criminais) instaurou um inquérito policial, e as duas entidades vão apurar em conjunto as circunstâncias da ocorrência e as pessoas envolvidas.

O indicativo foi de que o conflito entre criminosos no norte da ilha, na comunidade de Papaquara, ensejou um conflito com a Polícia Militar, e alguns indivíduos, para tentar tirar o foco de lá, começaram a praticar atos desorganizados de incêndios. Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil de Santa Catarina

Neste domingo (20), foram feitas audiências de custódia das 13 pessoas que foram presas no sábado. Todas as prisões em flagrante foram convertidas em prisão preventiva, segundo o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). O órgão informou que a Polícia Civil tem dez dias para concluir os inquéritos.

Incêndios aconteceram após conflito entre facções

A série de incêndios teriam como objetivo tirar a atenção de uma ação policial no norte da capital, segundo a polícia. Durante uma operação na comunidade Papaquara para combater um conflito por território entre facções, um homem morreu e sete foram presos.

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Durante as ações, carros, pneus e entulhos foram incendiados. De acordo com a polícia, a corporação prendeu mais cinco pessoas após os atos de vandalismo. "Começou a atuação da polícia e para chamar a atenção e desmobilizar a polícia no norte da ilha, eles começaram a criar situações e vandalizar", pontuou o chefe da Polícia Civil.

Ainda durante os ataques, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Santa Catarina instaurou um gabinete de crise para apurar os ataques. O gabinete reuniu setores de inteligência da polícia e de diretorias especializadas no combate ao crime organizado.

Seis veículos foram incendiados, entre eles um ônibus. De acordo com a polícia, foram apreendidas seis armas de fogo, munições e coletes balísticos.

Criminosos montaram 17 barricadas e algumas foram incendiadas, segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. Dessas, 12 foram em Florianópolis e outras cinco em outras três cidades vizinhas: São José (3), Palhoça (1) e Tijucas (1).

Em Tijucas, o incêndio de três carros na BR-101 provocou engarrafamento de 21 quilômetros, no sentido em direção a Porto Alegre. De acordo com a Arteris, que administra a rodovia, todas as faixas foram liberadas no km 161 às 17h30.

Dois homens ficaram feridos e foram presos. Conforme a Polícia Civil, eles estariam provocando atos de vandalismo nas comunidades de Mocotó e Chico Mendes, em Florianópolis. "A Polícia Militar chegou no local, eles reagiram, ocorreu o conflito, eles foram alvejados e presos", disse o chefe da Polícia Civil catarinense. Eles foram levados para atendimento médico e estão sob custódia.

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Polícia diz que show de Paul Mcartney em Florianópolis recebeu mais efetivo da polícia. O delegado-geral da polícia afirmou que homens foram mobilizados para atuar durante o evento, que aconteceu na noite deste sábado na Ressacada, no sul da capital catarinense: "efetivo foi multiplicado, em todo o entorno da Ressacada e em todos os acesso".

Governador diz que 'está tudo pacificado' em SC

Durante uma coletiva de imprensa, o governador Jorginho Mello (PL-SC) afirmou que o ataque foi um episódio que o "desagradou". Ele descreveu os envolvidos como "bandidos, arruaceiros que fazem parte dessas facções", mas ressaltou que "a polícia agiu conforme tem que agir".

O governador garantiu que "não vai haver nenhum sobressalto", mencionando que recebeu apoio do Ministério Público e da Polícia Federal, e do prefeito Topázio Neto (PSD), de Florianópolis. Ele assegurou que "está tudo pacificado" em Santa Catarina.

Na tentativa de tranquilizar a população, o chefe do poder executivo catarinense declarou que "a bandidagem pode ficar sossegada que não vai ter moleza". Ele emendou que "a polícia está preparada, não vamos deixar ninguém bagunçar nada. Eles não vão levar a melhor". "Isso não é ameaça, isso é posição de governo. Nosso governo não tolera isso. Se [o suspeito] acha que vai fazer alguma coisa, vai levar chumbo", finalizou.

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