Engenheiro é preso por esfaquear a ex grávida, filha de 1 ano e sogra em SP
Um engenheiro civil foi preso em flagrante por suspeita de invadir um apartamento e esfaquear a ex-esposa que está grávida, a filha deles de 1 ano e a ex-sogra, na segunda-feira (21), em Franca, no interior de São Paulo.
O que aconteceu
Luis Fernando Moreira Bentivoglio Silveira, 32, desferiu 20 facadas na vítima dentro do apartamento que pertencia ao casal, no bairro Jardim Noêmia. Eles estavam separados havia cerca de um mês e atualmente a mulher morava em Ribeirão Preto, segundo informações da Polícia Civil de São Paulo.
Ontem, ela retornou ao apartamento em que morava com o suspeito acompanhada pela mãe para pegar alguns pertences. A mulher escolheu o horário em que o suspeito não estava em casa — ele continua morando no local —, mas foi surpreendida pela chegada do engenheiro, que estava com comportamento agressivo.
Vítimas se esconderam no banheiro ao perceberem a chegada de Luis Fernando, segundo a delegada do caso, Juliana Paiva. No entanto, o suspeito "arrombou a porta com uma faca e, a todo momento, tentou matar a vítima, que está extremamente machucada", disse Paiva.
A vítima, que está grávida, foi esfaqueada no momento em que estava com a filha de um ano no colo, e a criança também ficou ferida. A mulher sofreu perfuração no pulmão, sofreu cortes no rosto e está com os dois braços enfaixados em decorrência dos ferimentos. Além de atingir a ex-esposa e a própria filha, o homem também atacou a ex-sogra, que é idosa.
Engenheiro tinha a intenção de matar a ex-esposa e assumiu o risco de matar a filha e a ex-sogra, afirmou a delegada. "Para isso, ele não mediu esforços, assumiu o risco de matar a sogra e a própria filha. Além disso, [também assumiu o risco de matar] o filho que está dentro da barriga".
Vítima segue internada em observação, mas não corre risco de perder a criança. A mãe dela e a filha receberam atendimento e já tiveram alta do hospital.
Engenheiro justificou ataques contra a ex-esposa porque ela teria impedido que ele mantivesse contato com o filho de 7 anos, o que a vítima nega, diz a delegada. "No momento em que o autor foi até a casa, o filho estava na escola, não estava na casa. Na opinião desta delegada, não há sentido ele cometer todos esses atos e usar como argumento a insatisfação do direito de visitação do filho", completou Juliana Paiva.
Luis Fernando não aceitava o fim do relacionamento, ainda de acordo com a delegada. A vítima conseguiu neste mês uma medida protetiva que impedia o engenheiro de se aproximar dela. Antes de esfaquear a mulher, ele chegou a ser preso em 11 de outubro por furar os pneus do carro da ex-companheira. Na ocasião, ele foi solto.
Caso é investigado pela Polícia Civil de São Paulo, que solicitou à Justiça do estado a prisão preventiva do suspeito pelos crimes de tentativas de feminicídio e de homicídio. O UOL questionou ao Tribunal de Justiça se o pedido foi aceito e aguarda retorno.
O UOL entrou em contato com a defesa de Luis Fernando por telefone, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
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