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Após confusão em velório de Rina, viúva desabafa: 'Vergonha pública'

Do UOL, São Paulo

22/11/2024 09h45

Após uma confusão durante o velório do apóstolo Rina pela vice-presidência da igreja Bola de Neve, a viúva Denise Seixas fez um desabafo nas redes sociais nesta sexta-feira (22) e disse cristãos que estão nas redes vivem nesse momento "uma vergonha pública''.

O que aconteceu

''Estou saindo desse lixo que virou as redes sociais'', declarou. A pastora e cantora gospel criticou os que se dizem cristãos e a criticam e os chamou de ''arrotadores de sua falsa e hipócrita santidade''. Ela agradeceu pelos que desejaram palavras de consolo e disse que sempre amou o marido.

O desabafo ocorre após ela acusar a igreja Bola de Neve de tentar forçá-la a abrir mão da vice-presidência. Segundo Denise, membros da instituição teriam incluído um documento que oficializa sua renúncia em meio aos papéis que assinava para o trâmite do enterro de Rina na segunda-feira (18).

O UOL teve acesso aos documentos e a um vídeo que mostra o momento da confusão. Nas imagens, ela e outros integrantes estão em uma sala na sede da Bola de Neve, na zona oeste de São Paulo, onde ocorria a cerimônia de despedida do apóstolo.

''Chama a Polícia, não tem problema. Quero ler o documento'', grita Denise. Ela pede para que o momento seja gravado. Um dos filhos do casal, Rinaldo Neto de 19 anos, também está no local e tenta apaziguar a situação.

Ataques

Após se opor à Bola de Neve, Denise passou a receber uma onda de ataques nas redes sociais. Alguns dizem que ela não tinha ''condição para assumir a presidência da igreja'', outros pedem para que ela ''deixe a Bola de Neve em paz'' e há os que ainda a criticaram por ''não ter defendido Rina de acusações de violência doméstica''.

A irmã do religioso, Priscila Seixas, também insinuou que Denise estivesse passando por ''problemas psicológicos''. Em um vídeo publicado nesta quinta-feira (22), ela saiu em defesa do irmão, contou que Rina passava por problemas no casamento e que Denise não estava bem. ''É nítido, é só você olhar para a pastora e vocês vão ver que ela não está bem''.

Priscila sugere ainda que Denise não tenha apoiado o marido em meio às acusações. A irmã relata que muitas pessoas teriam ''virado as costas'' para Rina e criticou o fato dele ter sido afastado da igreja em junho. ''Saber que ele morreu triste desse jeito, me entristece'', relatou.

Apóstolo Rina esteve envolvido em polêmicas

Ele estava afastado das atividades da igreja desde o início de junho deste ano por causa de denúncias de agressão contra a esposa. Denise Seixas conseguiu uma medida protetiva na Justiça contra Rina pós-denúncia de violência. Em entrevista a Universa, à época, a advogada Gabriela Manssur disse que Denise estava abalada.

Em julho, a 9ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) instaurou um inquérito policial para apurar o caso. "A mulher foi ouvida. A ocorrência foi registrada como ameaça, difamação, injúria, lesão corporal, violência doméstica, falsidade ideológica e violência psicológica contra a mulher", nota da Polícia Civil.

Ele chegou a ter uma arma apreendida por ordem judicial. Também na ocasião, a assessoria de imprensa do líder evangélico disse que a pistola estaria "registrada e guardada num cofre de um clube de tiro, com todos os documentos atualizados".

Ele negava as acusações. Antes de ser afastado pelo Conselho Deliberativo da igreja, já havia anunciado que se retiraria da liderança da igreja para cuidar da mulher, que disse sofrer de ansiedade.

Nathan Gouvea, filho de um casamento anterior de Denise, disse ter sido vítimas das agressões de Rina, a quem chamou de "morde e assopra" numa entrevista ao UOL. Na ocasião, o empresário relatou que era agredido com chutes na cabeça e ameaçado pelo padrasto. Rinaldo negou novamente as acusações.

Uma ex-funcionária da igreja também denunciou Rinaldo por importunação sexual. O caso aconteceu em 2017, quando Paolla (sobrenome preservado), era funcionária do apóstolo na igreja, mas ela só registrou boletim de ocorrência no dia 10 de junho de 2024, depois que Rina foi denunciado por violência doméstica e psicológica por Denise. À reportagem, a assessoria de Rinaldo negou o caso.

O que diz a Bola de Neve

"A Igreja Bola de Neve esclarece que alguns documentos necessários ao sepultamento do Apóstolo Rina no Cemitério Morumby foram levados ao filho do religioso para que fossem assinados durante o velório. Os papéis estavam num envelope no qual estavam arquivados outros documentos da rotina administrativa da igreja. Dentre eles, a minuta do pedido de renúncia datada de 22 de agosto, a qual havia sido formulada com o consentimento da pastora Denise Seixas anteriormente, no momento em que renunciou à vice-presidência. O envelope foi arrancado da mão de uma prestadora de serviços pelo pai da pastora Denise, que então teve acesso aos papéis.

O pedido de renúncia não seria entregue à pastora Denise no dia do velório, em respeito ao clima de tristeza e consternação dos membros da Bola de Neve e da família do Apóstolo, e igualmente pelo fato de que ela já havia renunciado. Editado, o vídeo que foi publicado em alguns veículos de imprensa omite cenas importantes para o entendimento do que ocorreu — inclusive uma agressão sofrida pela funcionária que portava o envelope. Denise Seixas e Apóstolo Rina estavam afastados da vice-presidência e da presidência da igreja desde junho. A gestão administrativa da Bola de Neve tem sido, desde então, feita pelo conselho da denominação, sob a presidência eclesiástica do pastor Fábio Santos, e sem qualquer participação de Denise ou Rina.

Sobre as acusações contra o Apóstolo, é importante lembrar que todas foram arquivadas nas investigações da Polícia Civil. Rina sequer foi indiciado."

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