USP abre processo para investigar denúncias de assédio contra professor
A USP (Universidade de São Paulo) abriu procedimento apuratório preliminar para averiguar as denúncias de assédio feitas contra Alysson Mascaro, professor da Faculdade de Direito. As denúncias foram divulgadas pelo site Intercept Brasil.
O que aconteceu
A instituição classifica as denúncias como "graves", em nota divulgada hoje (4). "Após o pedido formulado pela RD (Representação Discente) de pós-graduação, em conjunto com o Centro Acadêmico e com a RD de Graduação, foi instaurado pela diretoria da Faculdade de Direito da USP, na data de hoje, procedimento apuratório preliminar para averiguar as graves denúncias realizadas ontem".
O responsável pelos trabalhos será o professor Gustavo Ferraz de Campos Monaco, que contará com auxílio da Procuradoria-Geral da Universidade. "A RD se compromete mais uma vez a acolher as vítimas e encoraja que quaisquer denúncias sejam feitas ao Prof. Mônaco, no âmbito do procedimento aberto".
A defesa de Alysson Mascaro alega, em nota enviada ao UOL, que as acusações contra o professor "carecem de materialidade". A nota afirma que "as imputações são fundadas em supostos relatos obtidos por meios manifestamente ilícitos e espúrios, que já estão sob apuração policial". O texto aponta ainda que "desde agosto de 2023, diversos perfis fakes têm sido criados para propagar inverdades e criar intrigas entre Mascaro e pessoas do ambiente acadêmico, de modo a induzir que situações inverídicas sejam pronunciadas contra o professor".
Além disso, é dito que o contexto da reportagem foi construído por contas falsas nas redes sociais para "macular" a honra do professor. A nota é assinada pelo advogado Victor Ferreira.
O que foi revelado
Quase duas décadas de assédio. Os relatos feitos ao Intercept Brasil citam episódios que teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024 que incluem condutas inadequadas, beijos forçados e até estupro.
Influência e apoio profissional às vítimas. Segundo as vítimas, o professor se aproximava com promessas de apoio profissional e reafirmava mais de uma vez o grande poder de influência que teria —o que também as intimidava em trazer a público os assédios e abusos que relatam ter sofrido.
Colegas e pessoas próximas sabiam. As vítimas afirmam que colegas e pessoas próximas na Faculdade de Direito da USP sabiam do comportamento do professor. Uma delas, que atuou na coordenação do grupo de pesquisa, disse que alguns integrantes teriam inclusive a tarefa de apagar comentários postados no perfil do docente no Instagram que falassem ou sugerissem que Alysson assediava alunos.
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