Ciclone Biguá: enfraquece ou ganha força? Qual o rumo após estragos no RS?

O ciclone subtropical Biguá, com ventos acima de 100 km/h, causou destruição no Rio Grande do Sul e agora perde força ao se deslocar para o mar.

O que aconteceu

O ciclone subtropical Biguá, fenômeno raro no Sul do Brasil, trouxe ventos intensos e chuva forte. Segundo a Climatempo, uma tempestade teve origem em uma área de baixa pressão no oceano, evoluindo no sábado à noite para ciclone subtropical. Ele avançou de forma retrógrada, deslocando-se do sul para o norte pelo litoral e pelo continente gaúcho.

Os ventos chegaram a 100 km/h em áreas do extremo sul do estado. Estações meteorológicas registraram rajadas de 84 km/h em Canguçu, 83 km/h em Caçapava do Sul e 81 km/h em Capão do Leão. Na região entre o Taim e a Lagoa Mirim, onde não há medições, os ventos podem ter sido ainda mais intensos.

O fenômeno deixou estragos em diversos municípios. Segundo a Climatempo, ventos fortes causaram destelhamentos, quedas de árvores e falta de energia elétrica em Butiá, Pelotas, Triunfo, Arroio Grande, Encantado e Capão do Leão. Em Porto Alegre, a interrupção no fornecimento de energia afetou a distribuição de água.

A MetSul Meteorologia informou que o centro do ciclone ainda estava sobre terra no domingo (15) à noite. A área afetada incluiu a Grande Porto Alegre e o litoral norte.

Momento em que ciclone chega ao município de Santa Maria foi registrado em vídeo. Imagens captadas pelas câmeras do Bate-Papo Astronômico, instaladas no Santa Maria Tecnoparque, registraram momentos de instabilidade e chuvas isoladas nas regiões oeste e norte de Santa Maria na tarde de segunda-feira.

Para onde vai o Biguá

Na madrugada, o ciclone já se deslocava para o mar na costa do litoral norte do RS. Conforme a MetSul, o sistema enfraquece significativamente, desorganiza-se e segue a caminho da dissipação. O fenômeno é rebaixado de ciclone para tempestade e depois para depressão subtropical à medida que a pressão atmosférica sobe e os ventos diminuem.

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Além do Rio Grande do Sul, a presença do fenômeno também causou rajadas de vento moderadas a fortes em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Rajadas de vento com mais de 50 km/h foram observadas em vários locais do estado de São Paulo na segunda-feira, mesmo sem chuva à vista, com um céu quase sem nuvens. Por volta das 15h30, segundo a Climatempo, radares meteorológicos detectavam chuva apenas no extremo norte do estado, na região entre morro Agudo, Guaíra, Batatais, Cajuru e Pedregulho.

Ainda na segunda-feira, o fenômeno já havia sido reclassificado para depressão subtropical. Uma área de baixa pressão atmosférica, que força o movimento do ar no sentido horário. Por isso, as rajadas de vento sobre o estado de São Paulo estavam vindo preferencialmente das direções noroeste e norte.

Ciclone no RJ

Além do Biguá, um segundo sistema mais intenso atuou no Sudeste. Segundo a MetSul Meteorologia, uma formação ciclônica associada a uma frente fria avançou pelo litoral Sudeste do Brasil nesta segunda-feira, causando temporais no Rio de Janeiro.

O fenômeno gerou rajadas de vento de até 83 km/h e queda de granizo em alguns bairros da capital. No Aeroporto Santos Dumont, os ventos fortes foram registrados durante a tarde. A força do temporal causou alagamentos em ruas, quedas de árvores e danos em estruturas. Em Maricá, na região metropolitana, uma árvore de Natal flutuante desmoronou na Lagoa de Araçatiba, resultando na morte de uma pessoa e deixando feridos.

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A instabilidade deve persistir nos próximos dias. A frente fria associada ao ciclone continua influenciando o tempo no Sudeste, com previsão de chuva e temporais em Minas Gerais, no Norte do Rio de Janeiro e no Espírito Santo, principalmente entre a tarde e a noite desta terça-feira.

No Sul, o sol predomina após a dissipação do Biguá. Apesar disso, a MetSul Meteorologia alerta que áreas próximas à costa ainda podem ter momentos de maior nebulosidade e precipitação isolada.

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