Vídeo mostra GCM se entregando à polícia após matar secretário em Osasco

Câmeras corporais de policiais militares registraram o momento em que o Guarda Civil Henrique Marival de Souza se entrega à polícia. Ele foi preso nesta segunda-feira (6) após matar o secretário-adjunto de Segurança de Osasco, Adilson Custódio Moreira, dentro de um prédio da prefeitura de Osasco (SP).

O que aconteceu

No vídeo, é possível ver o momento em que um agente do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) negocia a rendição do guarda. Eles conversam no celular, por videochamada.

Na sequência, o homem sai da sala em que estava trancado com o secretário. Os policiais ordenam que ele coloque as mãos para cima, e o GCM se entrega às 19h32, após duas horas de negociação.

O atirador foi encaminhado ao 5º Distrito Policial de Osasco. Nesta terça-feira (7), ele teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. Em nota encaminhada ao UOL, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) também lamentou a morte de Adilson.

Relembre o caso

O Guarda Civil Municipal, Henrique Marival de Souza, atirou e matou o secretário-adjunto de Segurança da cidade de Osasco, Adilson Custódio Moreira, nesta segunda-feira (6). O crime ocorreu após um desentendimento entre o guarda e o secretário, no fim de uma reunião no Paço Municipal.

Após atirar contra o colega, Marival se trancou na sala com ele e montou barricadas. Os funcionários foram orientados a sair do local após os tiros e ninguém ficou ferido.

Inspetor Erivan da Silva Gomes contou que foi o primeiro a negociar rendição do suspeito, antes da chegada da polícia. Ao canal GloboNews, Silva Gomes disse que pediu que Marival enviasse fotos comprovando que o secretário estava bem durante o cárcere, o que não foi feito.

Ele desconfiou que o secretário tinha morrido durante as negociações. O inspetor explicou que não ouviu qualquer sinal de vida de Moreira e se deparou com um ambiente "todo em silêncio" ao chegar no local. "Como eu não ouvia nenhuma fala, já tinha certeza que ou o Moreira estava em óbito, ou estava ferido, sangrando, perdendo sangue e perdendo a consciência", disse.

Continua após a publicidade

Mudança na escala de trabalho pode ter motivado crime. O inspetor informou que Marival começou a discutir com o secretário-adjunto após ser informado de que a escala de trabalho dele mudaria. Um colega, o último a ficar na sala com a dupla, ouviu os disparos assim que deixou o local.

GCM tinha passado por exame psicotécnico há menos de dois anos. Segundo o inspetor, os exames são periódicos e Marival estava "em dia" com essa avaliação. Ele também disse que nenhum registro de que o GCM tenha ameaçado colegas foi anteriormente feito junto à ouvidoria. A Corregedoria da GCM deve ouvir testemunhas do caso nesta quarta-feira (8).

Quem era o homem assassinado?

Adilson começou a trabalhar na Prefeitura de Osasco na gestão de Rogério Lins, que geriu o município de 2016 até 2024. O profissional foi mantido pelo novo prefeito, Gerson Pessoa, que assumiu há menos de uma semana.

Ele virou secretário de segurança de Osasco em junho de 2018. Adilson deixou o cargo em 2019, quando o atual chefe da secretaria, José Virgolino de Oliveira, assumiu o cargo. Desde então, ele era secretário-adjunto da pasta.

Adilson nasceu no município de Jequitinhonha, em Minas Gerais. Ele teria ido para Cabreúva (SP) ainda quando criança e se mudou para Osasco em 1988, quando montou uma empresa de motoboys, segundo uma reportagem do Correio Paulista.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.