PM prende traficante Tony Kross de Belford Roxo, apontado como líder do TCP


Do UOL, em São Paulo
10/03/2025 08h25Atualizada em 10/03/2025 08h34
O traficante Flávio Soares Lamin, conhecido como "Tony Kross", apontado como liderança da facção Terceiro Comando Puro (TCP), foi preso ontem em Belford Roxo, na região metropolitana do Rio.
O que aconteceu
Traficante tinha seis mandados de prisão em aberto e estava foragido desde 2019. Ele foi visto por PMs que faziam patrulhamento no complexo Santa Tereza e tentou fugir, atirando várias vezes contra os policiais. "Os agentes realizaram um cerco ao local, deixando o criminoso sem saída", afirmou a PM.
Tony Kross era gerente do tráfico da Comunidade do Guacha e do Trio do Ouro. Segundo a polícia, ele era apontado como o segundo na hierarquia da Comunidade Santa Teresa, onde foi preso. Flávio ganhou apelido de Tony Kross porque era visto em Belford Roxo como parecido fisicamente com o ex-meia de futebol alemão.
Ele era responsável por organizar roubos de veículo e cargas na região. Ele também é investigado por orquestrar invasões para tomadas de território para o TCP.
A polícia apreendeu com ele uma pistola, carregadores e uma moto. Tony Kross já tinha 14 anotações criminais. A ocorrência foi registrada na 54ª DP.
TCP rivaliza com Comando Vermelho
O TCP disputa poder com a facção rival Comando Vermelho e as milícias no Rio. O grupo ficou conhecido pela intolerância a religiões de matriz africana e por usar o nome de Deus para controlar áreas no Rio —seus líderes são evangélicos. Um dos símbolos usados pela facção é bandeira de Israel.
Até 2023, o grupo só atuava no Rio e no Amazonas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Depois, a facção começou a ampliar sua atuação no Ceará, um estado estratégico para o tráfico de drogas, onde o CV também está.
Pelo menos 200 pessoas foram vítimas do TCP nos últimos dois anos, principalmente na Baixada Fluminense. Em um dos golpes, os criminosos criam anúncios falsos de veículos na internet para sequestrar "clientes" interessados. O dinheiro que seria destinado à compra do carro é roubado e eles pedem Pix aos familiares para soltar os sequestrados.
Até fevereiro, a polícia prendeu cinco traficantes do TCP envolvidos no golpe. Um deles tinha 81 anotações criminais e cinco mandados de prisão por crimes como sequestro, extorsão e homicídio.